Depois de pouco mais de um mês de trabalho, o
Fluminense mudou completamente a forma de jogar e foi campeão da Taça Guanabara
contra o Flamengo. Atuação com garra e a precisão na disputa de pênaltis nos levaram
a mais um título em cima do rival.
A semana foi muito desgastante para o Flu. Não apenas
na briga para que a torcida do clássico fosse dividida, mas na volta da vitória
contra o Sinop. A chuva na cidade do Mato Grosso forçou os jogadores e comissão
técnica a fazer uma longa viagem de ônibus até a capital Cuiabá. Tivemos menos
tempo para recuperação e treinos. Ao invés de se apoiar nisso, Abel disse que o
acontecido não influenciaria em nada.
Fomos para o jogo sem duas peças no meio de campo:
Scarpa e Douglas. Havia certa preocupação com o quanto Pierre e Richarlison
poderiam ser capazes de substituir os titulares. Pela formação, ficava claro
que jogaríamos com mais cautela e explorando a velocidade dos três meias que
trocam de posição toda hora. O que não se esperava era que o gol de
contra-ataque saísse tão rápido. Logo com quatro minutos Wellington correu mais
de 70 metros e só parou para comemorar na frente da nossa torcida. O problema
foi não termos segurado a vantagem por muito tempo. O Flamengo conseguiu o
empate poucos minutos depois com a saída errada de Júlio César e aos 23’,
William Arão virou. Nossa sorte parecia estar acabando até Guerrero meter a mão
na bola dentro da área e Dourado converter a penalidade. Pouco antes do fim do
primeiro tempo ainda conseguimos a virada com a bela jogada que culminou no gol
de Lucas.
Wellington só parou aí. Foto: Nelson Perez/Divulgação FFC |
Veio o segundo tempo e o Flu estava mais arrumado e
seguro. Passamos a controlar as ações do jogo e o Flamengo continuava a se
limitar a bolas na área. Zé Ricardo colocou Gabriel e continuamos melhores. Só
com a entrada de Berrío que passamos a ser mais ameaçados. Caindo pelo nosso
lado esquerdo, deu muito trabalho para Léo. Abel Braga, no entanto, colocou o
garoto Marquinhos Calazans para ajudar por aquele setor. Acabou que numa falta
na entrada da área Guerrero conseguiu o empate e levou o jogo para a disputa
dos pênaltis.
Não sabia o que esperar das cobranças. Nossos
principais batedores não jogaram ou já tinham sido substituídos. Julio também
era uma incógnita. Do outro lado tinha um goleiro que a torcida não confiava só
que com jogadores mais experientes. Acabou que a estrela do Flu brilhou mais
forte, Julio pegou uma cobrança e Vaz perdeu outra. Campeões.
Julio César falhou no empate mas se redimiu nos pênaltis. Foto: Nelson Perez/Divulgação FFC |
Parabéns aos jogadores que conseguiram a campanha
invicta e só tomaram gol na final, à torcida que compareceu mesmo com todas as
dificuldades e principalmente ao Abel que conseguiu reanimar um time que
terminou 2016 morto.
Henrique vem jogando incrivelmente bem. A faixa fez bem a ele. Foto: Nelson Perez/Divulgação FFC |
Desse título podemos tirar muitas coisas boas, mas não
podemos achar que está tudo certo. Tirando os clássicos, pouco se pode tirar de
uma competição de nível técnico inferior às que ainda iremos disputar. Fico
muito feliz quando vejo nosso técnico dizendo que viu muitos erros e que já
está pensando no Criciúma. Isso mostra que o trabalho é sério e que não
pretende se sustentar em cima de resultados.
Saudações Tricolores do Campeão da Taça Guanabara
Matheus Garzon
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