Hoje, o Arsenal enfrenta sem dúvida alguma, um dos
momentos mais complicados de sua história. A seca de títulos importantes e o
recente retrospecto nas principais competições que disputa, são pontos que
contribuem para seguidos dias, semanas, meses e anos de eterna melancolia,
decepção e frustração pelos lados do Emirates Stadium. E estes são fatores que
cercam o maior e mais complexo dilema do clube: Arsène Wenger.
A minha opinião e meu posicionamento sobre Arsène
Wenger é e sempre foi bem clara, todos que me conhecem e/ou me acompanham sabem
que o respeito e a idolatria que tenho por este homem é ímpar. Sempre o defendi
e jamais duvidei de sua capacidade. A permanência dele no Arsenal nunca foi um
problema pra mim.
Arsène chegou ao clube em 1996, desde então, o elevou
a um patamar inimaginável. Através de sua filosofia de jogo, a crença em suas
ideias e uma forma ética, correta e a mais humana possível de gerir seus grupos
de jogadores, o francês foi responsável por uma das maiores revoluções na
história do futebol inglês. Após períodos gloriosos e de muitas conquistas
dentro de campo, o Arsenal passou a crescer fora dele também, a imagem e a
marca do clube tornou-se cada vez mais forte e mundialmente conhecida. O
crescimento foi tanto que se fez necessária uma nova casa, que comportasse
muito mais fãs e que nos desse um poder lucrativo mais amplo. Arséne Wenger foi
o principal responsável por este crescimento.
Estádio feito, mudança concluída, tudo perfeito e
muito lindo, a partir de agora rumo a dias intermináveis de glórias? Ainda não.
Precisávamos pagar esta conta.
O squad
lendário do Arsenal com o tempo foi se desfazendo, a qualidade e os recursos
disponíveis foram ficando cada vez mais limitados. Sem grande poder de
investimento e com elencos inferiores ao de nossos rivais, disputar a principal
liga do mundo e a mais competitiva no futebol europeu e se manter entre os
primeiros, era tarefa quase que improvável. Não foi o que vimos. Em um momento
diferente, tendo que sustentar um time limitado até então, ele conseguiu. Nesses 20 anos de clube, jamais ficou
abaixo do top four na liga e sempre levou o clube ao menos às Oitavas de Final da
Uefa Champions League, mantendo sua filosofia de jogo, mesmo com toda a
escassez de recursos e perdendo nossos principais jogadores. Ele nos manteve
entre os melhores.
Seja qual for sua opinião sobre o atual momento, abusar dos insultos a este homem é faltar com respeito ao próprio clube. (Foto: The Guardian). |
O momento atual, entretanto, é outro. A partir de 2013,
passamos a investir novamente com força no futebol, o estádio já não era mais
nenhum empecilho, todo o esforço feito anteriormente passaria, enfim, a ser uma
solução para o clube - na teoria - já que voltamos a ter boas condições de
competir com nossos rivais. Mostramos nossa força no mercado indo buscar: Mesut Özil no Real Madrid; Alexis Sanchez
no Barcelona; Petr Cech no Chelsea, e nesta temporada, gastando mais de £90M em
contratações: Shkodran Mustafi, Granit Xhaka e Lucas Perez (as principais
delas).
No início desta atual temporada, o sentimento que
cercava o torcedor Gooner era de esperança e boas expectativas para que pudesse
ser essa: a famigerada temporada de
conquistas - e até começamos bem - contudo, tropeçamos mais uma vez em
nossa incompetência no mês de Janeiro em diante, e apesar de todo o
investimento feito, infelizmente o que vemos é um Arsenal incapaz de manter o
fôlego em toda a temporada, que sofre com a falta de alternativas táticas e de
variações em seu jogo, que depende muito do talento individual de seus
principais jogadores quando a "coisa
aperta".
A paciência do torcedor, talvez tenha chegado ao fim,
afinal, todos nós amamos o Arsenal e não aguentamos o ver nesta situação: Sendo
motivo de chacota dos rivais e tendo fracassos contínuos. O futuro do clube,
porém, é incerto, como é destacado no título do texto.
Arsène Wenger está em seus últimos meses de contrato
com o clube e com este cenário atual, uma renovação não é cabível. A relação de
grande parte da torcida com o Boss já está em níveis altíssimos de desgaste. A
onda de protestos e fãs que são a favor da saída de Wenger têm só crescido a
cada derrota da equipe.
Infelizmente, é com muita tristeza e dor que digo
isso: O Arsenal precisa de mudanças, e
elas precisam ser feitas no comando técnico.
Eu, como um grande e fiel fã do Arsenal, amo Arsène
Wenger, o idolatro. Sempre o apoiarei e terei o maior respeito pela história
que ele construiu no clube e pela pessoa fantástica que ele é. Jamais farei
campanhas contra ele e nunca irei apoiar esses grupinhos Wenger Out. Não
gostaria que ele nos deixasse, mas infelizmente, é necessário agora.
Cabe ao clube tomar as decisões corretas, começar a se
planejar para uma mudança e buscar fazer as melhores escolhas pensando no
sucesso do Arsenal FC, tendo sempre,
o maior respeito e gratidão ao Boss.
0 Comentários