O clima amistoso entra as torcidas em volta da Arena
dava o tom de que terĂamos um Ă³timo jogo de futebol, apesar de certa rivalidade
que estĂ¡ crescendo aos poucos, nota-se um respeito mĂºtuo entre as torcidas
devido as cores, as batalhas ficam sĂ³ no campo de jogo. Aproveitando isso,
levei meu cunhado flamenguista para conhecer a majestosa Arena. Enquanto o
queixo dele caminhava arrastado no chĂ£o, avistei um personagem sĂmbolo do
FuracĂ£o, sentado ao lado do meu amigo ChicĂ£o, era o Endy Chaves, popularmente
conhecido como “Cartola”.
Com 63 anos de idade, desde 1985, Endy se fantasia de
“Cartola”, homenageando o AtlĂ©tico e o primeiro mascote do clube. Atleticano
apaixonado desde 1970, faça sol ou faça chuva, o personagem Cartola “oficial”
estĂ¡ sempre presente na Baixada. Ă€s vezes sua condiĂ§Ă£o financeira o “impede” de
entrar no estĂ¡dio, mas nunca deixou de estar presente, dentro ou fora. É o
verdadeiro amor ao Atlético Paranaense.
Estava eu ansioso, afinal era a estreia do novo
tĂ©cnico Eduardo Baptista, da nova INOVAĂ‡ĂƒO do clube. Autuori Ă© agora o Manager
de Futebol e queria mesmo era ver o que nos reservava o esquema tĂ¡tico. ApĂ³s a
bola rolar vi um time bem diferente taticamente em campo. O jogo correu
equilibrado até por volta de 10 minutos, quando Pablo arriscou o primeiro chute
perigoso, pegou mal na bola, senĂ£o seria “caixĂ£o”.
Aos 13’ foi a vez de NikĂ£o arriscar de fora da Ă¡rea
para bela defesa de Muralha, era a segunda chance de gol. Aos 14’, apĂ³s bela
jogada de Jonathan, a bola explodiu na mĂ£o de CuĂ©llar, confesso que na hora me
revoltei mas revendo o lance, nĂ£o foi penal. Ahhh o jogo estava quente, o jogo
prometia. As torcidas jĂ¡ se revezavam nas arquibancadas. Flamengo encolhido e o
AtlĂ©tico dominando atĂ© os 24’ minutos, quando Mancuello recebeu um cruzamento “daqueles”
e livre, leve e solto furou literalmente as redes. Primeiro ataque do Flamengo
com perigo e GOL.
Mas o balde de Ă¡gua fria nĂ£o gelou o ataque do FuracĂ£o
que endoidou de vez. DaĂ em diante foi uma sucessĂ£o de gols inacreditavelmente
perdidos. Um minuto depois, aos 25’, veio a terceira chance de gol com NikĂ£o
que de cabeça enfiou a bola no travessĂ£o. Aos 27’ Pablo foi lançado de frente
com Muralha e caiu pedindo falta. Na quarta chance, aos 30’, Grafite saiu cara
a cara com Muralha e meio desequilibrado, facilitou a bela defesa do goleiro. A
bola nĂ£o entrava!
O Fla enrolava para evitar o empate, mesmo assim o
FuracĂ£o nĂ£o desistia. Quinta chance, aos 37’, Grafite novamente, bateu de fora
e a bola tirou tinta da trave. Sexta chance e Grafite faz uma jogada
sensacional na Ă¡rea do Urubu, bateu consciente na bola e a trave salvou os
cariocas novamente, no rebote Sidcley chutou firme, mas Vaz salvou. Eu jĂ¡ nĂ£o
sabia mais o que dizer. InacreditĂ¡vel. Que jogo! O empate jĂ¡ era merecido, o
jogo deveria estar no mĂnimo 3x1 para o FuracĂ£o, era um massacre. E eu gritei:
“Grafite meu filho, vai se benzer, tĂ¡
jogando muito, mas a bola nĂ£o entra”. O FuracĂ£o martelou atĂ© o final da
primeira etapa, mas nada de gol.
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Foto: Tv CAP |
Na segunda etapa o Fla voltou mais ofensivo na
tentativa de segurar o ataque Atleticano que deitava e rolava. E quase que aos
9’ Guerrero fez o segundo, mas Weverton, o goleiro da SeleĂ§Ă£o, estava lĂ¡ para
fazer uma das defesas mais lindas do jogo. O FuracĂ£o acordou e na sĂ©tima chance
clara, aos 10’, em cobrança de escanteio de Rossetto, a bola foi na cabeça
certeira do General Thiago Heleno para explodir o CaldeirĂ£o e deixar o placar
menos injusto. Era o empate.
Para vocĂª ter uma ideia do azar de Grafite, em lance
parado por falta o jogador mesmo caĂdo tentou o gol, mas a bola caprichosamente
beijou o travessĂ£o em mais um lance inacreditĂ¡vel mesmo nĂ£o valendo. O Flamengo
buscava manter a bola no ataque e o FuracĂ£o começava a explorar os
contra-ataques, mas ambos sem eficiĂªncia. O jogo era mais brigado do que
jogado. O Urubu sĂ³ rodeava a Ă¡rea, o FuracĂ£o era mais perigoso.
SĂ³ aos 31’ apareceu a oitava grande chance de gol nos
pĂ©s de Douglas Coutinho, que saiu de cara com Muralha, mas o toque a mais nĂ£o
ultrapassou o goleiro que fez bela defesa. Aos 38’ Ederson, “reestreando” com a
camisa do FuracĂ£o, arriscou chute, mas Muralha estava lĂ¡ para justificar o
nome. O FuracĂ£o ainda teve outras chances, nĂ£o deixou de buscar o gol atĂ© o
apito final, mas nĂ£o teve jeito, o placar ficou no injusto 1x1.
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Créditos: Marco Oliveira/Site Oficial |
Gostei da atuaĂ§Ă£o do time, mais ofensivo, com jogadas
diferentes, constante busca pelo gol. NĂ£o hĂ¡ do que o torcedor reclamar, o gol
Ă© o resultado de grandes jogadas como as ocorridas no domingo, o diferencial Ă©
que o Fla tinha a sorte, a trave e Muralha. Sai insatisfeito com o placar, mas
satisfeito com o time. O time parece mais encorpado, Grafite foi muito bem,
mostrando afinal a que veio, acho que agora ele deslancha. Novamente Rossetto
um dos melhores, o garoto sobe de produĂ§Ă£o a cada jogo, fiquem de olho nele.
Sidcley e Jonathan pelas laterais fizeram grandes jogadas. Enfim um time coeso.
Em meio às lamentações com meu cunhado e meu amigo
ChicĂ£o, conheci uma Atleticana espetacular, a Doris, 75 anos de idade,
Atleticanamente apaixonada pelo AtlĂ©tico hĂ¡ mais de 63 anos, ou seja, desde os
idos dos anos 50, mais um nobre exemplo de Atleticana que derrubou vĂ¡rias
barreiras no futebol e nunca abandonou o clube. Para ela: “NĂ£o sĂ£o as vitĂ³rias o combustĂvel para manter meu amor pelo AtlĂ©tico e
sim apenas o prĂ³prio Clube AtlĂ©tico Paranaense”, quem nĂ£o pensa assim nĂ£o Ă©
Atleticano verdadeiro.
Em tempo, tirinhas valiosas:
O AtlĂ©tico promove o FuracĂ£o SolidĂ¡rio, uma forma de
ajudar crianças carentes com arrecadaĂ§Ă£o de valores para compra de chuteiras
para serem distribuĂdas nos Projetos Sociais de Escolas do FuracĂ£o. Quem
desejar colaborar acesse o link da KICKANTE e dĂª seu apoio a mais esse grande
projeto social do Clube.
Boa estreia de Eduardo Baptista, sinal que teremos
novos tempos no futebol do FuracĂ£o. O AtlĂ©tico inova novamente pelas mĂ£os
audaciosas de Mario Celso Petraglia e da diretoria do clube. Autuori virou
Diretor de Futebol, cuidarĂ¡ de todas as Ă¡reas relativas a futebol dentro do
clube, desde as categorias de base até o profissional. É a primeira vez que um
clube brasileiro coloca em seu quadro dois profissionais de expressĂ£o. AtlĂ©tico
Paranaense, o clube brasileiro mais europeu de todos os tempos.
O grupo “Mulheres Atleticanas”, dia 10 de junho,
estarĂ¡ presente em um evento em SĂ£o Paulo, representando a torcida feminina do
FuracĂ£o, denominado Mulheres da Arquibancada. SerĂ£o torcedoras de times de todo
Brasil e com certeza estaremos bem representados.
Por: Robson Izzy Rock
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