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Dos racionais aos extremistas, a Juventus que revejo

Sami levou a bola pra casa (foto: Juventus.com)

O futebol é realmente o Universo de extremos, onde um Big Bang acontece após cada ação e tudo parece mudar na humilde e simples vida do torcedor, desde seu ânimo a seu julgamento por vezes cruel e sem embasamento para esmagar como um semi Deus assolador e todo poderoso àqueles hereges que desdenharam. Toda essa viagem cósmica plena de múltiplas reflexões e interpretações sem sentido algum é o resumo prático de parte torcida da Juventus nessa temporada 2017/2018 até agora aqui ou acolá.

Eu não posso negar que bato frequentemente nesta tecla, por entender que os torcedores muitas vezes são pouco racionais nos seus julgamentos e depois passam "vergonha" ao admitir que estavam errados, ainda mais na era do instantaneamente postado em redes sociais. Ressalto que obviamente falar algo que não é condizente com o pensamento dos outros não é errado, mas que pelo menos tenha um embasamento... Mas vamos lá:
A Juventus fez 12 jogos até agora, sendo nove pela Serie A onde é o melhor ataque e a equipe nem exprimiu seu potencial absoluto (primeiro tapa nos críticos).

As vitórias em casa contra Cagliari e Chievo por 3 a 0 não foram mais do que obrigação, entre elas uma visita ao Marassi pra derrotar o Genoa, sendo que nos jogos episódios duvidosos de arbitragem contra o clube mesmo com o árbitro de vídeo, o clima era de "oba oba" da torcida e confiança num Dybala extraordinário e Higuaín ainda não em forma. As vitórias diante de Sassuolo e Fiorentina foram complicadas onde parecia que o fim da Era Allegri se aproximava antes do 4 a 0 fantástico diante do Torino com as portas escancaradas do Pantheon do futebol ao treinador, mesmo com ressalvas para os ausentes como Bernardeschi e Douglas Costa que se adequam pouco a pouco e com a defesa duramente criticada. Mas isso passou logo com a vitória sofrida contra um valente Olympiakos antes do universo ruir, sim, o universo bianconero foi consumido por um buraco negro graças aos seguintes eventos cataclísmicos: Empate diante da agradabilíssima Atalanta, onde Juve foi muito bem por grande parte do tempo, perdeu pênalti no fim do jogo e prejudicado pelo sistema de vídeo inclusive (mas quem se importa, né?), e o jogo contra a Lazio, quando de fato a Velha Senhora fez sua pior atuação e ainda sim perdeu no final a chance do empate. Nesse ponto, o clube parecia que acabaria, que Allegri perdeu o comando do time, que Bonucci e Dani Alves faziam mais falta do que Senna no coração brasileiro e a tabela mostrava o time atrás apenas de Napoli e Inter que fazem grande temporada até agora, empatados com Lazio que faz por merecer o posto com o bom futebol e Immobile de serialkiller.

Afinal, por que a torcida tem que ser irracional e querer encerrar as atividades do clube diante de resultados que não foram vitoriosos por circunstâncias nos minutos finais? Os pênaltis perdidos por Dybala fizeram o garoto sofrer duras críticas mesmo depois de muitos gols e jogadas maravilhosas nas primeiras rodadas, apesar de ainda não repetí-las na Champions League.
A vitória sobre a Udinese com um a menos desde o primeiro tempo, com bola trabalhada sob chuva, com erro da arbitragem novamente deu uma apaziguada na situação e de novo a calma vigorará por dias. Desta vez sem resposta. Por quê? Reflita torcedor.
Cá estamos, mesmo sem jogar o máximo e mudando a forma de jogar, com vocação ofensiva, com criação sendo feita mais na faixa central quando antes era mais defensiva, ainda sem o devido equilíbrio mas que faz parte do processo evolutivo natural para quem quer evoluir... Nem parece que passamos o que passamos nestes seis anos, com desafios e problemas muito maiores.

Somos condenados a vencer, é nosso DNA, mas talvez mereçamos não fazê-lo, pra talvez aprender e reconhecer os próprios valores. Pouco a pouco o universo vai se expandindo e a verdadeira maravilha sempre pinta no final do ano. Dramatizar é exagero.

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