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Cruzeiro 2017: Gigante pela própria natureza

Fala nação azul, depois de tantos dias de luta, enfim conseguimos os nossos dias de glória e se tem uma coisa que gosto, é quando o mundo dá voltas e o que falar dessa temporada 2017 que mal acabou e já deixou saudades...

Apesar de tudo ou talvez por causa de tudo, estou orgulhosa do nosso Cruzeirão Cabuloso, superou tantos obstáculos, inclusive, lembro-me que no início do ano a maioria falou que a Raposa brigaria pelo meio da tabela e quem sabe estaria até na luta contra o rebaixamento (olha só, que abuso com meu time).

Tudo bem, que até nós, Cruzeirenses, achávamos que seria um ano mais difícil, nem sonhávamos com título (pelo menos não diretamente, mas no fundo é o que mais queremos), agora falar que iriamos brigar para não cair, achei um pouco ofensivo, modéstia parte. Nesse ano, eu aprendi uma coisa: Que ter dinheiro dentro do futebol, nem sempre é sinônimo que vai conquistar título e quem não é cruzeirense aprendeu que nunca, mas nunca, subestimem o Cruzeiro Esporte Clube.

Foto: Cristiane Mattos/Cruzeiro
Por incrível que pareça, dessa vez, fizemos um objetivo e ele foi alcançado, vocês têm noção do que é isso? Um título nacional, vaga na Libertadores  (confesso que foi maravilhoso, ver todo mundo desesperado por uma vaga, e o Cruzeiro só na paz) e sem esquecer que ficamos em uma posição de respeito no Brasileirão. Orgulho desse time, que em todas as competições que participou entrou para ganhar, sem corpo mole, quer dizer, tirando a Sul-Americana e a semifinal da Primeira-liga, mas espera um pouco, vamos relembrar com calma cada campeonato, porque dessa vez temos o que relembrar em? Vem comigo.

Campeonato Mineiro:

Ah, o Campeonato Mineiro, aquela competição onde testa nossa paciência em um nível praticamente impossível de descrever. Falo isso, não por desmerecer o “Mineiro” e sim porque como é início de temporada tem aquela velha falta de ritmo de jogo, que mata qualquer torcedor que aprecia um bom futebol.

Entretanto, 2017, começou melhor para o Maior de Minas, ao contrário de 2016, nós começamos com um treinador fixo, não fizemos contrações desesperadas, o resultado disso tudo? Logo você saberá, porém tudo começou pelo o estadual, e por falar nisso, você quer um retrospecto bom? Então toma: Oito vitórias, três empates e nenhuma derrota, melhor que isso? Só se tivéssemos sido campeões. Inclusive, a Raposa deixou de liderar a tabela do Mineiro por vários empates desnecessários.

@Cruzeiro
O lado positivo é que depois de um tempinho sem ir para as finais, esse ano lá estávamos nós, para a final entre Cruzeiro e Atlético-MG. A impressão que tive sobre as partidas da finalíssima foi que o Atlético-MG apenas a administrou a vantagem de ser o líder e já o Cruzeiro não estava com muita ânsia de vencer e reverter o privilégio do rival e o final vocês já sabem. A parte boa? É que o Cruzeiro não abaixou a cabeça, como dizia o mito Neves, Thiago “Ninguém vai segurar o Cruzeiro esse ano”.

Sul-Americana

Precisamos mesmo falar sobre a Sul-Americana? Desculpe a torcedora aqui que ainda não superou aquela eliminação, principalmente porque era um dos títulos que queria ver o Maior de Minas na batalha para aumentar a lista de troféus.

Na teoria estava tudo uma maravilha, porém três dias, isso mesmo, três dias, depois do vice no mineiro, fomos eliminados pelo Nacional-PAR ainda na primeira fase da Sul-Americana.

Foto: Yuri Edmundo/Cruzeiro
A verdade é que a Raposa não esforçou nem 1% para cravar a classificação, jogou um futebol sem inspiração e medíocre, falhas individuais também atrapalharam a equipe, a cobrança de pênaltis foi dolorosa em nenhum momento fizeram algo para demostrar raça, ou vontade mesmo. E um detalhe é que viajamos para o Paraguai com vantagem de um empate, poxa, Cruzeiro, aquela semana foi doída. Parecia que se encaminhava para mais um ano difícil, mas calma, no final tudo se resolveu.

Primeira Liga

Nesse período de pré-temporada, também aconteceu a Primeira Liga, que é um torneio recente, e é relativamente pequeno. Bom, assim como no Campeonato Mineiro o retrospecto da Raposa é quase impecável. O Cruzeiro ficou no Grupo C, composto por mais três times: Atlético-MG, Chapecoense e Joinville.

Dividido da seguinte maneira: Três rodadas, quartas de final, semifinal e final. Durante a primeira fase a Raposa acumulou duas vitórias e um empate e nenhuma derrota 77.8% de aproveitamento.

+Cruzeiro Esporte Clube (@Cruzeiro)
Vamos resumir a história, o Maior de Minas chegou até a semifinal da competição, onde cedeu um empate para o Londrina e logo após perdemos na disputa de pênaltis. Para um bom entendedor um empate aos 50 minutos do segundo tempo significa mais que mil palavras, pense por um momento, final da Copa do Brasil chegando, era o principal foco do time estrelado, então a Primeira Liga não parecia tão importante no momento.

Porém, no final reclamamos por ter sido eliminado, porque Cruzeirense é assim, porque ganhar um título se podemos ganhar dois? A vida seguiu e não podíamos deixar que isso nos abatesse e ainda bem que ganhamos foi mais força.

Copa do Brasil

Ah, a Copa do Brasil, quando me lembro de tudo que aconteceu nesse ano durante essa competição, tudo que me arranca são suspiros, a emoção que vem à tona quando penso em cada partida, foi uma longa estrada até o penta da Copa do Brasil e apesar de muitos duvidarem, milhões acreditavam na Raposa.

Queria poder falar tudo que aconteceu durante a fase de grupos a final da Copa do Brasil, mas a verdade é que não tenho palavras para descrever o meu sentimento como torcedora, o que me resta é gratidão por vivenciar esses momentos ao lado do meu time amado.

Fotos: Washington Alves/Cruzeiro/Lightpresss
O retrospecto da Raposa, nesta competição também é maravilhosa, nós não perdíamos mesmo pegando times mais “inferiores”, o que particularmente não significa muito, porque todas as vezes enfrentamos times inferiores e nem por isso obtivemos resultados positivos como estes.

Então, passamos pelo Volta Redonda, goleamos o São Francisco- PA por 6 a 0, como se diz aqui em Minas “o trem foi doido demais sô”, também passamos pelo Murici-AL vencemos o jogo de ida e volta e na quarta fase o nosso adversário era o São Paulo, isso mesmo, o time paulista que não tem muita sorte com a Raposa quando o assunto é mata a mata, quem se lembra de 2000? Pois é, e adivinha, deixamos o São Paulo para trás também, ele foi só mais um das várias vítimas que colecionamos durante a Copa do Brasil.

Fotos: Marcello Zambrana / Cruzeiro
Como se esquecer da quinta fase da competição que enfrentamos a Chapecoense e aquele golzinho do Raniel consagrou nossa classificação para as quartas, a partir disso, meus amigos, eu comecei a desejar que o sócio torcedor incluísse um plano de saúde, porque tinha certeza que meu coração não ia aguentar.

Desculpem-me o transtorno, porém eu preciso falar sobre o jogo entre Cruzeiro x Palmeiras nas quartas de finais, o que foi aquilo? O primeiro jogo de ida o Maior de Minas, fez três gols fora de casa, vocês têm noção do que é isso e na volta da etapa final sabe o que aconteceu? Palmeiras empatou o confronto, nessa hora, eu juro, que eu deitei no chão, porque eu vi a luz bem próxima de mim, a sorte é que não era minha hora.

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Foto: Uarlen Valério/O Tempo/Estadão Conteúdo
O jogo de volta, a Raposa poderia jogar por um empate, vantagem e objetivo que durou até o momento em que Keno fez um gol, meu coração foi no pé e voltou, corríamos contra o tempo, conseguimos o empate com Diogo Barbosa o gol veio de um lateral esquerdo de cabeça, fato que não é muito comum de acontecer, porém naquela altura do campeonato estava valendo gol é de qualquer jeito que eu estava aceitando.

Nas semifinais, também foi emocionante, um nível quase “hard”, muitos juravam que o time celeste não passava do Grêmio, certeza que aquela foi uma noite ruim para quem torcia por eliminação estrelada, porque a imagem do Cruzeiro resplandeceu.

O que mais aconteceu foi coincidências, uma delas era que quem passasse no o duelo de Cruzeiro e Palmeiras, sempre era campeão, e quando na final nosso adversário foi o Flamengo, os tabus dobraram, como por exemplo, o primeiro jogo ficar em 1x1, ser marcado pelo camisa 10 e no segundo tempo assim como aconteceu no título de 2003, o ano era da Raposa. Fábio defendendo pênaltis dos craques, Thiago Neves decisivo, colhemos aquilo que plantamos. Somos, pentacampeões, não foi milagre, foi tradição.

Brasileirão

No início comentei sobre a “posição de respeito” na tabela do brasileirão que a Raposa havia conquistado, e eu falo é da quinta posição com a vaga garantida na Libertadores 2018 (que por sinal, estou com saudades) e como estou gostando de falar dos retrospectos, vamos lá: 38 jogos, 17 vitórias, 12 empates e nove derrotas. O Maior de Minas foi um dos melhores times no returno.

Foto: Marcello Zambrana / Light Press / Cruzeiro
Missão dada foi missão cumprida. Tanto pelos jogares, como pela torcida, carregamos o Cruzeiro nas costas como sempre fazemos, em todas as competições, todos os jogos. Algumas vezes voltamos chorando de tristeza, outras de alegria, ficamos sem voz, perdemos noite de sono, apenas para demonstrar o tanto que amamos o Cruzeiro, um amor puro e sincero, que não espera nada em troca, não é um amor interesseiro.

E no final de tudo, nós temos uma certeza que “Somos loucos, somos Cruzeiro”, até 2018, meu grande amor, para que façamos outra temporada juntos.

Paula Fernandes / @Paulinha_CEC

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