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Descompasso

[Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC]
Por mais que seja uma época sem assunto, com a maior variedade de peladas possível e com polêmicas patéticas, o Fluminense me dá motivo de reclamar em um ponto da minha vida onde eu deveria estar me preocupando com dormir e esquecer que 2017 aconteceu no ponto de vista no futebol. Infelizmente as perspectivas pro amanhã não farão sonhar com o ontem, tal qual o menino Paul McCartney fez em Yesterday quase 50 anos atrás.

Conforme sabemos, uma grande barca de jogadores foi lançada ao mar, tendo nela três passageiros notáveis: Marquinho, que foi útil de 2009 a 2011 e voltou baseado no Pensamento Mágico que daria certo, acabou morando no departamento médico. Henrique, que foi contratado a peso de ouro e foi capitão por boa parte de 2017. As atuações nunca foram de encher os olhos ou justificaram o alto salário, nunca nem acertou uma cobrança de falta, mas sua ausência foi sentida quando passamos a viver de Nogueira e Frazan. E então há Diego Cavalieri. Chegou em 2011, aguentou seis meses na reserva do Berna e pegou a vaga que lhe era de direito. O melhor goleiro do Brasileiro 2012, o melhor goleiro que tivemos desde Paulo Victor, mais consistente e confiável que Wellerson, Fernando Henrique, Kléber, Murilo, Ricardo Berna e outros menos votados. Foi extremamente profissional ficando no banco sem chiar ao virar banco para Júlio César, que só fazia falhar, voltou e não comprometeu.

O currículo de Cavalieri o torna digno de homenagens ou uma coletiva de despedida. 352 jogos não são para qualquer jogador. Mas a história que se ventila, mas sem confirmações oficiais, é que ele foi demitido por telefone, depois de receber um comunicado pelo WhatsApp. Uma frieza ainda maior que a que ele tinha no gol em momentos importantes. Por mais que eu queira que isso não seja verdade, aprendi que essa nova diretoria sempre encontra novas formas de escandalizar a cansada e furiosa torcida tricolor. Sem falar na desilusão, eu mesmo já estou falando que Fluminense já caiu em 2018 e o que veremos será meramente uma turnê de despedida. Aqueles que bradam justiça cegamente por 2013 serão saciados. Mas eu terei um ano inteiro pra fazer o drama. Vamos ao parágrafo que dará maior sentido a esse texto.

Alegaram demitir oito jogadores pelo salário alto e ainda assim mantiveram Gum, que agora é o único sobrevivente do distante ano de 2009. O salário é alto e aumenta progressivamente a cada ano de contrato. E ele ficou. Não que eu esteja reclamando, sempre defendi, mas se queriam cortar da folha salarial e agradar a torcida, que é por vezes ingrata, um alvo fácil seria mandar o Guerreiro embora, a menos que o plano seja mante-lo como para-raio, blindando assim outros jogadores de vaias, criticas e ofensas. Enquanto isso, os dois jogadores que vieram foram via empréstimo, a maior contratação é Autuori, que nada garante que durará muito, tendo em vista como o futebol é comandado nas Laranjeiras.

Então a diretoria e comissão já estão batendo cabeça quanto a quem quis demitir quem. Marcus Vinícius, que ontem foi correndo na Rádio Globo desmentir o que se divulgou de Alex Muralha ser sondado pelo Fluminense, acabou desmentindo Abel Braga. Circula uma notícia de como Abel ficou surpreso com as dispensas de Cavalieri e Henrique, como eles eram fundamentais, como os dois assumiram a capitania do time, etc. Calhou que ontem o diretor de futebol deu uma entrevista afirmando que Abel sabia e foi consultado, uma vez que faz parte do conselho que delibera essas situações, só ficou surpreso do momento que a informação foi divulgada, pois está de férias em algum lugar de difícil acesso. Traduzindo: foi desmentido, não conseguem nem botar o discurso na mesma sintonia.

Resta saber se isso for real, Abel não começa a perder o grupo baseado no fato de tentar limpar sua barra no que diz respeito a essa barca de demissões. E tudo isso é só um problema, ainda nem comecei a falar de Scarpa, Calazans...

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