NĂ£o houve uma pessoa sequer que nĂ£o cravasse que o
Vasco estaria na SĂ©rie B de 2018. NĂ£o houve uma pessoa sequer que riu quando
Eurico Miranda se iludia com a cĂ©lebre frase "O Vasco irĂ¡ brigar nas cabeças". NĂ£o houve uma pessoa sequer
que nĂ£o se enfureceu com a contrataĂ§Ă£o de CristĂ³vĂ£o Borges e do presente de
Natal, DamiĂ¡n Escudero.
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Créditos: Twitter Vasco da Gama
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1. Resumo das contratações
Foram 18 contratações ao todo (contando os trĂªs tĂ©cnicos),
mas apenas quatro valem ser ressaltadas. Sobre a primeira: Foi celebrada desde
a chegada deste excelente centroavante, lotando aeroporto e recepcionando-o até
a sede na Lagoa. Infelizmente a festa foi muito maior do que o que foi
retornado dentro de campo. Com o maior salĂ¡rio dentro do Club de Regatas Vasco
da Gama e com algumas lesões durante o ano, Luis Fabiano.
A segunda nĂ£o teve nenhuma festa. Mas sim muita
suspeita e que, de inĂcio, foi muito criticada a chegada desse zagueiro que
veio no pacote Luis Fabiano, vindo do SĂ£o Paulo e o Ăºnico Botafogo que irĂ¡ pela
Libertadores, Breno. A volta da confiança do jogador nele mesmo e em seu
futebol estĂ¡ diretamente ligada Ă duas outras chegadas no Vasco. A primeira
delas e a terceira grande contrataĂ§Ă£o do ano tem nome composto e veio
diretamente do AeroFla que iria para o Mundial de Clubes, agora em Dezembro. O
antigo tĂ©cnico flamenguista chegou a SĂ£o JanuĂ¡rio no final de Agosto e trouxe
consigo algumas mudanças no panorama vascaĂno dentro do BrasileirĂ£o. A primeira
delas foi acertar o sistema defensivo e dar um padrĂ£o de jogo para a equipe,
que por vezes se mostrava confusa com Milton Mendes.
E, finalmente, a Ăºltima contrataĂ§Ă£o que auxiliou o
Vasco a estar na situaĂ§Ă£o que se encontra. Mais um zagueiro, que deixou
saudades no clube e que era um desejo antigo da torcida, vindo de muito longe e
que jĂ¡ havia feito uma dupla de zaga de sucesso com DedĂ© no inĂcio desta
dĂ©cada: Anderson Martins. Para os Ăntimos, Anderson Maldini.
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Créditos: Gazeta Esportiva |
2. O inĂcio de 2017 e as vergonhas no ano
Iniciando realmente o ano do Gigante da Colina, temos
que a primeira competiĂ§Ă£o que participamos foi a Florida Cup. O time comandado
por CristĂ³vĂ£o Borges conseguiu ganhar tranquilamente do Barcelona-EQU (que
posteriormente viria a eliminar o Palmeiras e o Santos da Libertadores) e
sofreu uma humilhaĂ§Ă£o para o Corinthians na semifinal da competiĂ§Ă£o. ApĂ³s ser
surrado, o inĂcio do Campeonato Carioca tambĂ©m foi desanimador, contudo
culminou com a dĂ©cima conquista da Taça Rio e com isso, a animaĂ§Ă£o para o
Tricampeonato Carioca veio. RĂ¡pido veio e rĂ¡pido foi-se, um 3 a 0 silenciou as
bravatas de Eurico Miranda por um pequeno perĂodo de tempo. Logo apĂ³s a derrota
nas semifinais, veio Ă derrota na Copa do Brasil para o VitĂ³ria e a partir
dali, o Ăºnico objetivo do Gigante da Colina era conseguir alguma coisa no
BrasileirĂ£o. ApĂ³s ser eliminado de duas competições em sequĂªncia, CristĂ³vĂ£o
Borges nĂ£o seguiu mais no clube.
O primeiro turno do Campeonato Brasileiro começou com
uma derrota que carimbaria a loucura de Eurico Miranda. 4 a 0 no Allianz Parque
contra o time mais rico do paĂs e com um elenco que, no banco de reservas,
contava com jogadores melhores que os titulares do Vasco. O Campeonato Brasileiro
pode ser encarado como uma peça de teatro composta de trĂªs atos: O primeiro
termina na 12ª rodada, o segundo termina na 27ª e o Ăºltimo se inicia na 28ª e
ainda nĂ£o terminou. Mas o qual foi o agravante que fez o ano do clube ser tĂ£o
demarcado? Todos sabem da vergonha, do vexame feito em SĂ£o JanuĂ¡rio no clĂ¡ssico
contra o Flamengo. A perda dos mandos de campo, o afastamento obrigatĂ³rio da
verdadeira torcida (pois quem lĂ¡ esteve, pode observar que quem cometeu tais
atrocidades nĂ£o eram os mesmos torcedores que iriam esgotar os ingressos na 28ª
rodada contra o Botafogo em mais um clĂ¡ssico). O horror, a violĂªncia e a
brutalidade que lĂ¡ foram vistos pelo paĂs todo Ă© uma das grandes razões pelas
quais o torcedor deseja se afastar dos palcos.
A atmosfera do maior palco futebolĂstico do planeta
tremia com as Ă¡reas destinadas aos torcedores vascaĂnos que lotaram o Maraca na
28ª rodada. O chĂ£o tremia, a torcida gritava, o coraĂ§Ă£o batia mais rĂ¡pido, os
fogos explodiam. A saudade de ver o time em campo fez com que fĂ´ssemos aos
montes, que silenciĂ¡ssemos os poucos botafoguenses que lĂ¡ estavam. A vitĂ³ria
por 1 a 0 foi a cereja do bolo e a festa apĂ³s foi algo que reviveu o elenco
vascaĂno.
O time sofreu muito sem a torcida em jogos
consideravelmente fĂ¡ceis, como contra o Santos no EngenhĂ£o (de longe o pior
jogo do Vasco no ano em qualidade; um jogo tenebroso e de um futebol triste aos
olhos). ApĂ³s a 28ª rodada, o clube jĂ¡ estava em uma ascensĂ£o que começou contra
o Fluminense no MaracanĂ£, logo apĂ³s a demissĂ£o de Milton Mendes.
Coincidentemente, os jogos que mais tiveram mudanças de cenĂ¡rio para os Camisas
Negras foram os clĂ¡ssicos. A perda de SJ contra o Flamengo, a retomada do rumo
das vitĂ³rias contra os Tricolores e a volta da torcida conta o Botafogo.
3. Os comandantes da nau vascaĂna
Dentre eles, o primeiro jĂ¡ estava fadado ao fracasso.
CristĂ³vĂ£o estĂ¡ parado no tempo, nĂ£o tem mais condições de assumir equipes de
grande porte e necessita urgentemente se atualizar. O segundo veio com bastante
empolgaĂ§Ă£o, milhões de cursos da UEFA e um gĂªnio difĂcil de lidar. Sua
personalidade acabaria fazendo com que jogadores que jĂ¡ eram parte do elenco
percebessem que suas titularidades estariam em jogo como a de qualquer outro
jogador, e que precisariam trabalhar tĂ£o arduamente quanto os outros. Muitos
problemas dentro do vestiĂ¡rio fizeram com que ele perdesse a confiança dos
jogadores e apĂ³s envolver-se em picuinhas com os sĂmbolos do Vasco dessa nova
Era Eurico. SĂ£o eles: Rodrigo (que nĂ£o faz mais parte do elenco do Gigante da
Colina) e NenĂª. A saĂda de Rodrigo nĂ£o surpreendeu que fosse devido ao
desentendimento entre os dois. Mas, mexer com NenĂª, nesse elenco do Vasco, Ă©
algo que seria muito mais do que ele poderia suportar. A provĂ¡vel saĂda de
NenĂª, a queda absurda de rendimento da equipe e o fato dele ser indesejado
pelos jogadores, fizeram com que ele caĂsse. ApĂ³s mais uma derrota humilhante,
o panorama apontava que o trabalho feito nĂ£o era bom, muito menos proveitoso
para nenhuma das partes envolvidas. O Ăºltimo teve um trabalho muito bom, mas
ainda temos os principais objetivos traçados para 2018. Libertadores, Copa do
Brasil e BrasileirĂ£o do ano que vem serĂ£o as provas de fogo do atual tĂ©cnico Cruzmaltino.
Contanto, foi o que salvou o ano do Gigante da Colina.
4. As eleições no Vasco da Gama, a Urna 7 e o novo presidente
Um dos principais tĂ³picos do ano era a tensĂ£o acerca
das eleições para presidente no clube. Eurico Miranda, Julio Brant, Fernando
Horta, Otto Carvalho e Alexandre Campello concorriam pelo cargo mĂ¡ximo. Quanto
mais prĂ³ximo do dia da eleiĂ§Ă£o, mais chapas se uniam e para o dia da eleiĂ§Ă£o
somente tĂnhamos trĂªs: Eurico, Horta e Brant. No dia 7 de novembro de 2017,
foram as urnas mais de quatro mil vascaĂnos (e pessoas que se declararam
vascaĂnas somente no dia 7) para eleger o prĂ³ximo mandatĂ¡rio do Club de Regatas
Vasco da Gama. O mais interessante da eleiĂ§Ă£o nĂ£o estĂ¡ no fato de ter corrido
de forma pacĂfica, como todos que estiveram lĂ¡ fossem seres civilizados, mas
sim no fato de que o candidato Fernando Horta jĂ¡ havia descoberto 200 mortos
que estavam aptos a votar. Outro fato interessante sobre a eleiĂ§Ă£o foram as
uniões das chapas de Horta e Brant, para que tivessem a chance de derrotar
Eurico Miranda. Uma urna foi separada das demais por contar com algumas
irregularidades que poderiam agravar o resultado das eleições e a mesma ficou
sub judice (sob os cuidados/juĂzos de um juiz, no caso vascaĂno a JuĂza Maria
CecĂlia Pinto Gonçalves).
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Créditos: Globoesporte
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Ao final do dia sete de novembro, nas urnas vĂ¡lidas, a
vitĂ³ria foi de Julio Brant. Juntando a urna da morte, temos que Eurico Miranda
continuarĂ¡ sendo o presidente vascaĂno. Contudo, a decisĂ£o da JuĂza quanto a da
Desembargadora Marcia Ferreira Alvarenga sĂ£o pela anulaĂ§Ă£o da Urna da Morte, e
com isso, o novo presidente vascaĂno Ă© Julio Brant. PorĂ©m, ainda cabe recurso
na Ăºltima instĂ¢ncia do Sistema JudiciĂ¡rio Brasileiro, que Ă© o Supremo Tribunal
Federal, em BrasĂlia. E qual Ă© o porquĂª de termos que envolver o JudiciĂ¡rio na
eleiĂ§Ă£o de um clube de futebol? A resposta Ă© um tanto simples e jĂ¡ atĂ© foi
mencionada no texto. Quando mortos voltam para votar em possĂveis candidatos,
hĂ¡ a necessidade de averiguar TODAS as irregularidades no processo eleitoral do
clube. Antes mais do que nunca, #AnulaAUrna7!!!
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Créditos: GloboPlay
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5. Segundo turno
ApĂ³s a derrota para o Bahia e a saĂda de Milton Mendes
do cargo de técnico do Vasco, o time obteve uma das melhores campanhas do
returno do BrasileirĂ£o de 2017, e isso se associa a chegada de ZĂ© Ricardo que
conseguiu acertar, primeiramente, o setor defensivo do Vasco. O mesmo havia
levado 34 gols antes da chegada dele (uma média de 1,61 gols sofridos por jogo)
e apĂ³s, 0,76 gol por jogo. A organizaĂ§Ă£o do setor defensivo foi algo chave na
ascensĂ£o do time rumo aos objetivos do grupo e as bravatas de Eurico Miranda.
Uma das mudanças que ocorreram foi a volta de Madson, que havia sido esquecido
pelo tĂ©cnico anterior. Os meninos da base nĂ£o foram sobrecarregados, como haviam
sido. A subida para o profissional de uma joia do clube, a utilizaĂ§Ă£o coesa das
pratas da casa foram decisivas em jogos como: Santos na Vila Belmiro, Ponte em
SĂ£o JanuĂ¡rio e SĂ£o Paulo em SĂ£o JanuĂ¡rio. O Gigante da Colina fez jogos
seguros, mas que sempre deram calafrios na sua torcida.
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Créditos: Lance
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A maioria foram vitĂ³rias de 1 a 0, que ressaltaram a
falta de criatividade e recurso dos atacantes do clube. AndrĂ©s RĂos nĂ£o Ă© centroavante
nato, mas fez gols que ajudaram muito. Mas ainda falta muita habilidade, falta
noĂ§Ă£o de espaço dentro da Ă¡rea, em resumo, falta saber ser um matador nato.
Fabuloso se contundiu e atĂ© hoje nĂ£o disse a que veio. Poucas partidas, nada
que empolgasse ou que fizesse com que o torcedor tivesse confiança em seu
futebol. Thalles precisa sair do Vasco urgentemente. NĂ£o ser vendido, mas sim
emprestado. Mais de 100 quilos, nenhuma força de vontade e falta de entrega a
camisa que fez quem ele Ă© hoje. Somente no mundo em que ele vive, o futebol que
ele entrega hoje se assemelha ao de Adriano Imperador. A Ăºnica semelhança entre
os dois Ă© o descaso com o futebol e a paixĂ£o pela farra. A falta de
profissionalismo Ă© absurda e a comodidade que a diretoria tem com essa postura
Ă© um descaso com o torcedor vascaĂno.
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Créditos: NetVasco
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Voltando ao tema deste tĂ³pico (prontamente me desculpo
pelo desabafo necessĂ¡rio), o Gigante da Colina fez um bom segundo turno, que
por vezes nĂ£o convenceu, mas que poderia ter sido muito mais. A falta de
criatividade do ataque fez com que empates desnecessĂ¡rios acontecessem. Sport,
VitĂ³ria, Coritiba, Chapecoense, AtlĂ©tico Mineiro entre outros. Se pelo menos um
desses tivesse terminado em vitĂ³ria, a vaga da PrĂ©-Libertadores estaria nas
mĂ£os do Flamengo e nĂ³s, no Pote 3 do Sorteio da Chave de Grupos. Contudo,
apesar desses desencontros, Ă volta para uma competiĂ§Ă£o internacional e a vaga
adiantada na Copa do Brasil sĂ£o relentos para uma temporada tenebrosa excluindo
este segundo turno da Série A. O alento que foi ouvir que o Club de Regatas
Vasco da Gama nĂ£o correria mais riscos de visitar a segundona foi
reconfortante.
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CrĂ©ditos: Vasco NotĂcias
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6. Conclusões sobre 2017 e desejos para 2018
Se formos analisar o ano com uma nota, seria algo em
torno de 6. Muito pela vaga na Pré-Libertadores, pois fomos eliminados em uma
fase inicial da Copa do Brasil, perdemos nas semifinais do Carioca desse ano,
apesar de ganharmos a Taça Rio. Tivemos o ocorrido em SĂ£o JanuĂ¡rio e nas
eleições. Nada foi tĂ£o bom quanto neste ano nĂ£o cair.
Para 2018, um bom time que tenha chance de ganhar
alguma das competições que iremos disputar Ă© necessĂ¡rio. Um terceiro zagueiro
para que supra qualquer ocorrido na zaga formada por Breno e Anderson Martins Ă©
necessĂ¡rio. Apesar da fase razoĂ¡vel que o Madson estĂ¡, um bom lateral direito
deve vir (lembrando que o Gilberto pode nĂ£o ficar para 2018). O meio defensivo
necessita de jogadores cascudos para encarar a Libertadores. As pratas da casa
nĂ£o devem ser queimadas por causa de um mau planejamento da Diretoria. O meio-campo,
na parte ofensiva, precisa urgentemente de opções. Pontas rĂ¡pidos, habilidosos,
e que saibam finalizar.
A principal dificuldade do Vasco no ano foi no Ăºltimo
toque antes do gol. Um nome para fazer sombra ao de NenĂª tambĂ©m Ă© necessĂ¡rio
visto a comodidade que ele tem. Sabendo que precisarĂ¡ brigar pela titularidade,
o rendimento do atleta poderĂ¡ melhorar, vide a idade avançada. Centroavantes.
Dois, ao menos. E que nĂ£o venham somente com seus nomes fabulosos, mas sim, com
muita vontade de colaborar para que em alguma competiĂ§Ă£o possamos soltar o
grito de campeões. Acredito em um 2018 muito melhor, com mais patrocĂnios, com
um Vasco da Gama de cara nova, com a possibilidade de conseguir obter
resultados melhores em muitas competições, um Vasco da Gama que seja para o seu
torcedor e nĂ£o sĂ³ para um grupo deles, que a festa dentro de SĂ£o JanuĂ¡rio seja cada
vez mais ensurdecedora e que um futuro melhor nos aguarde e que o mesmo repita
o passado glorioso desse time que precisa, antes mais tarde do que nunca, ser
Sempre Vasco.
Um grande abraço e Saudações VascaĂnas,
J.P. Alves || @8_joaopedro
Linha de Fundo || @SiteLF
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