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Ponte Preta 2017: Vice campeã estadual à vice lanterna nacional

    Elenco pontepretano no Campeonato Paulista. Créditos: http://pontepreta.com.br
Após terminar o ano de 2016 com a melhor campanha da história do clube no Campeonato Nacional na era dos pontos corridos, a Ponte Preta enchia de esperanças os corações de cada torcedor para o ano seguinte, uma vez que 2017 seria o ano da maior cota recebida para a equipe no Brasileirão, R$ 23.000.000,00. Todavia não acabou sendo o ano que todos imaginavam.

Um começo de erros

Sem o técnico Eduardo Baptista, contratado pelo Palmeiras no início da temporada, a Ponte Preta aproveitou a chance e deixou o auxiliar Felipe Moreira no comando para dar um início fixo para sua carreira como treinador. O que a princípio não foi ruim: Estreia com vitória sobre a Ferroviária de virada por 2 x 1, gols de Pottker e Lucca.

Sua estreia na Copa do Brasil também foi positiva, venceu o Campinense - PB por 2 x 0 (Pottker, de pênalti e Lins), e se classificou para a segunda rodada contra o Cuiabá – MT, e foi aí que as coisas começaram a trilhar em outros trilhos.

A dúvida de classificação começara a surgir no estadual, os resultados não vinham sendo positivos e a torcida já não aguentava mais ver Felipe Moreira ao comando da Macaca, lacrando sua demissão na eliminação em casa para o Cuiabá na Copa do Brasil, nos pênaltis, 1 (4) x (5) 1.

  Cuiabá comemorando a classificação. Créditos: http://www.gazetapress.com
Gilson Kleina e uma nova esperança

Após a demissão de Felipe Moreira, o nome que viria a vestir novamente o manto alvinegro era o de Gilson Kleina. Iniciando bem, com vitória de 2 x 1 sobre o São Bento, e posteriormente garantindo a classificação para as fases de mata-mata do campeonato, onde a equipe iria enfrentar os “Grandes” do futebol.

Primeiro adversário: Santos

O primeiro jogo seria disputado em Campinas (Moisés Lucarelli), e o segundo decidido em São Paulo (Pacaembu). Todos sabiam da dificuldade que seria passar de um adversário que não deixava de ir a uma final desde 2008, coincidentemente este o último ano em que a Ponte Preta disputou uma final, contra o Palmeiras, ficando com o vice-campeonato. Entretanto, mesmo com as dificuldades, a Macaca não abaixou a cabeça e enfrentou de igual para igual o Santos, saindo vitoriosa no confronto, 1 a 0, com gol de William Pottker.

Para a volta, era preciso cabeça fria e administrar o resultado, uma vez que o empate classificaria a Ponte. Só que o sufoco começou logo de início, aos 16 minutos do primeiro tempo, o zagueiro David Braz marcou, 1 a 0 para o Peixe, e mesmo após o apito final, o nervosismo ainda não havia acabado. Agora era a hora da decisão nas penalidades. Todos converteram suas cobranças, e por talvez ironia do destino, a bola de David Braz, na segunda cobrança, foi parar nas mãos de Aranha, a bola que consagrou a classificação Pontepretana.

Atletas da Ponte Preta comemorando a classificação para as semifinais. Créditos: http://www.gazetapress.com
Sul-americana: Uma pausa no Paulistão pós-classificação

Depois de passar pela forte equipe Santista, a Ponte tinha mais um desafio antes de enfrentar o Palmeiras pelas semifinais: O jogo contra o Gimnasia Esgrima pela primeira rodada da Copa Sul-americana. Partida disputada em Campinas, terminada em 0 x 0, deixando a decisão toda para a Argentina no jogo de volta.

Volta aos gramados pelo Paulistão: um atropelo no Palmeiras

Nem mesmo os mais otimistas Pontepretanos diriam que a Ponte Preta faria aquilo que fez no primeiro jogo contra o alviverde. Na saída de bola gol da Ponte! William Pottker 1 a 0, por volta de 6 minutos depois foi a vez de Lucca! Ponte Preta 2 a 0. O jogo parecia ótimo, era só segurar, mas o lateral Jeferson não pensou dessa maneira, e aos 33 minutos do primeiro tempo ainda, 3 a 0! Fechando o caixão Palmeirense, que ainda tinham esperanças, mas tinham também noção da dificuldade.

No segundo jogo, no Allianz Parque, tudo estava encaminhado para a Ponte Preta chegar novamente a uma decisão. A pressão do time do Palmeiras era forte, tanto que aos 38’ do segundo tempo Felipe Melo fez o gol de honra para sua equipe, mas não foi o suficiente para a classificação. Final agregado: Ponte 3 x 1 Palmeiras.

Jeferson com a bola e Zé Roberto no chão. Créditos: globoesporte.com
Uma história de 40 anos mais viva do que nunca

1977, o ano de uma final histórica: De um lado o Corinthians que não levantava uma taça há quase 23 anos, e de outro uma Ponte Preta, com o time mais forte de sua história e buscando seu primeiro título em uma divisão de elite.

Polêmicas como a expulsão de Rui Rei, três jogos no Morumbi e o gol “chorado” de Basílio garantiram triunfo a equipe Corinthiana, considerando esta uma das conquistas mais importantes de sua história. E quem diria que em exatamente 40 anos depois, esta final seria repetida mais uma vez? Para os torcedores da Macaca essa seria a chance de ganhar seu primeiro título, a chance do troco de 77, as expectativas eram imensas para cima dos atletas Pontepretanos. Só que em mais uma vez, o time campineiro conseguiu decepcionar sua amada torcida em uma final de campeonato. Com recorde de público na temporada no Majestoso, o time entrou apático em campo, saindo derrotado pelo placar de 3 a 0. Sem nem precisar do jogo de volta, torcedores já se “contentavam” com o vice-campeonato.

Na Arena Corinthians, com a volta do zagueiro Marlon, suspenso e fora do primeiro jogo, a Ponte Preta se portou diferente dentro de campo, conseguindo de maneira sofrida o empate por 1 x 1, porém de nada adiantou, tarde demais para esboçar alguma reação. Corinthians campão paulista de 2017.

Basílio comemorando o gol do título para o Corinthians em 1977. Créditos: maurobeting.blogosfera.uol.com.br
Do atropelo à classificação

Dois dias após o jogo contra o Corinthians, já era hora de se recompor e partir para a Argentina, para o jogo de volta contra a equipe do Gimnasia Esgrima. Com o gol do meia Elton, a Macaca abria o placar e ficava em uma zona de conforto maior para o resto do jogo, mas logo em seguida sofreu o empate da equipe dos hermanos, jogo sofrido e retrancado, assim foi o resto da partida, finalizada em 1 x 1 e concebendo a classificação à Ponte.

Campeonato Nacional 1º turno e Sul-americana

Com William Pottker indo para o Internacional e Clayson para o Corinthians, a Ponte Preta perdia muito de seu potencial de ataque, logo mais Sheik entraria nos gramados vestindo o manto. A Macaca estreou com vitória sobre o Sport - PE, porém o mesmo problema que assombrava a equipe alvinegra no ano passado vinha à tona novamente: Faltas de vitória fora de casa. Contudo, realizando um campeonato bem regular, o time conseguiu fechar o primeiro turno na 15ª posição na tabela.

Na Sul-americana, o time enfrentou a equipe paraguaia Sol de America, onde não encontrou muitas dificuldades para avançar para a próxima fase, vencendo os jogos por 1 a 0 (Emerson Sheik) no Brasil e por 3 a 1 no Paraguai (Jadson e Lucca [2]).

Segundo turno desastroso e eliminação na Sulamericana

O returno começou com um empate 0 x 0 com o Sport em Recife e uma vitória sobre o Botafogo, que contou com o brilho de Sheik, esta que seria a última vitória no comando de Gilson Kleina. A dificuldade antes de vencer apenas fora de casa tornou-se uma dificuldade para vencer em qualquer ocasião. E com a eliminação na Sul-americana para o Sport, agregado 3 x 2, Kleina foi demitido do time campineiro.

A volta de Eduardo Baptista e confusão no aeroporto

O nome de Eduardo Baptista novamente foi ouvido no Majestoso, o retorno do treinador de 2016 trazia consigo esperanças de que a Ponte Preta escapasse da má fase que enfrentava, porém em sua reestreia mais uma derrota: 1 a 0 Chapecoense. A torcida já estava inquieta, e quando os atletas desembarcaram no Aeroporto de Viracopos, a confusão começou. Torcedores cobrando os jogadores, Lucca foi agredido por um deles, o tumultuo apenas deixou o time mais inseguro.

De lá para cá, foi uma gangorra, a Ponte Preta cada vez mais com a corda no pescoço, se aproximando cada vez mais da segunda divisão do Nacional, apostando todas as suas fichas na penúltima rodada, onde jogaria com um concorrente direto: Vitória.

Um vilão chamado Rodrigo

Ponte Preta x Vitória, jogo decisivo, se ganhasse respirava, mas se perdesse seria degola!

O jogo caminhava bem, a Macaca vencia por 2 a 0 ainda no primeiro tempo e tinha total controle da partida, tudo encaminhava bem para os 12.862 torcedores presentes no Estádio Moisés Lucarelli, até que em um fatídico lance envolvendo o zagueiro Rodrigo, a história do jogo mudou. O Pontepretano cometeu um ato obsceno envolvendo um jogador do time adversário, resultando em sua expulsão ainda no primeiro tempo. O zagueirão estava tão por fora que levou bronca até de seu próprio companheiro de equipe, Luan Peres. E um jogo que parecia ter um final feliz para os alvinegros, terminou em um desastre total, o Vitória entrou no segundo tempo sabendo aproveitar a vantagem de um jogador a mais, construindo chances até que acabou por virar a partida.

A invasão

Assim que Tréllez marcou o terceiro gol do Vitória na partida, aos 36 minutos do segundo tempo, alguns torcedores da Ponte quebraram uma das grades e invadiram o gramado, o que obrigou os jogadores a correrem para o vestiário. A PM entrou em ação e teve que controlar a invasão. E após quase 50 minutos de paralisação, foi decidido que a partida não teria continuação por falta de segurança. Resultado: Vitória 3 x 2 Ponte Preta, rubro-negro aliviado e Macaca matematicamente rebaixada.

Torcedores invadindo o campo após virada do Vitória. Créditos: http://cbn.globoradio.globo.com
O que pode ter acontecido?

Rebaixamento no ano de maior cota para o Campeonato Nacional, por que será? Alguns culpam as contratações mal feitas, como Negueba, que inclusive treinava separado do resto do elenco, o boliviano Luis Alí, pouco aproveitado devido à lesão, Claudinho, oferecido pelo Corinthians na negociação pelo Clayson, entre outros atletas. Outros culpam Rodrigo, pelo que fez no jogo contra o Vitória, mas a Ponte não foi rebaixada por causa daquele jogo e sim por uma consequência de péssimos resultados ao longo do campeonato.

Troca de presidentes e 2018

Vanderlei Pereira, presidente na época, renunciou seu cargo após sua chapa vencer as eleições, com argumentos de que queria dedicar-se à família, assumindo em seu lugar José Abdalla, que diz que tem como objetivo o título da Série B em 2018. Talvez essa não seja mais uma esperança que a torcida tenha que abrir mão. Agora é aguardar a temporada seguinte, e torcer pelo acesso.

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