O grande Eduardo Galeano dizia que cada pessoa possuía
um fogo próprio e brilhantemente destacou essa diferença: "Existe gente de fogo sereno, que nem percebe
o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos
bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha
vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto
pega fogo".
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Cutrone em disputa de bola Fonte: AC Milan |
Gattuso era um desses que queimava a quem chegava
perto, daqueles que faziam incendiar até o mais frio dos companheiros,
impossível não entregar tudo em campo vendo um companheiro se doar como ele
fazia. No elenco atual, além do próprio treinador que ainda traz consigo essa
personalidade, temos um jovem que se não é um primor técnico, compensa tudo
isso com uma chama que queima tudo, estou falando de Cutrone, que além do faro
de gol, mostra uma alma em campo que é comovente.
Nesse mundo do futebol de jogadores que já sobem para
o profissional com a panca de consagrados, que cada vez menos entendem a
história das camisas que vestem, ver um jovem guerreiro como Cutrone dá gosto,
ainda que não faça gol no jogo ou que não consiga fazer jogadas plásticas, sua
doação em campo é daquelas que contagia e faz com que "fogos bobos"
como Çalhanoglu e Suso se doem e participem mais da partida.
Nesse momento pelo qual estamos passando é necessário
que cada vez mais jogadores como Cutrone tenham espaço. Espero que continue com
essa mentalidade, se a mantiver certamente irá longe. Com a estrela e o faro de
gol que tem, quem sabe não esteja nascendo um novo Inzaghi.
Por Gil Costa
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