Fumagalli foi uma importante peça
que renovou por mais uma temporada no Guarani e alegrou a torcida que tem o
mito como ídolo (não é pra menos). Também houve importantes renovações como os Brunos
(Mendes e Nazário). Com gente nova chegando, foi dando cara nova ao elenco e
curiosidade de como iria ser o Guarani de Fernando Diniz.
As novidades começaram pelo setor
defensivo: Bruno Brígido e Wallace para definir a titularidade no gol; Lucas
Kal na zaga; na lateral o Marcílio; os volantes Ricardinho e Hélder; já no
setor ofensivo: o meia Rondinelly e no ataque Erik e Pedro Bortoluzo. O Bugre
preparado e, juntamente à parte remanescente, já tínhamos um bom time para o
início de campeonato. No defensivo com Passarelli; na zaga com Philipe Maia e Willian
Rocha; Lenon, Kevin e Salomão e Bruno Souza nas laterais; Baraka, Denner e
Pablo como volantes; Os meias Bruno Nazário, Fumagalli e Gabriel Leite; por fim
Bruno Mendes, Elias e Serafim no ataque. Além dos meninos da base que subiram
para o profissional como: Carlão (goleiro), Acorsi e Luan (volantes) e Juninho
(meia).
O Bugre já estava preparado e os
treinos deram início no mês de dezembro. Tudo encaminhando para estreia até que
um imprevisto acontece: Fernando Diniz recebe uma proposta para comandar um
time da primeira divisão do Brasileiro e deixa o Bugre pouco menos de duas semanas antes da primeira
partida. Sem pensar duas vezes, Umberto é promovido a treinador e assume o
Bugre no dia seguinte. Não havia pessoa melhor para comandar o time. Umberto já
estava há bastante tempo e conhecia o elenco mais do que ninguém.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
A escolha despertou dúvidas
diante da torcida, mas a diretoria Bugrina sabia, como toda certeza, o que
estava fazendo. O Guarani estreou diante do Oeste fora de casa que apresentou
um futebol pobre mesmo tendo grande parte do seu elenco remanescente do ano
anterior. Jogaram no nosso erro e, com um gol achado, foi suficiente para
contentar o elenco rubro-negro. Após o gol, o time mandante se fechou e não
quis saber de atacar. Um golzinho chorado foi o suficiente. Passarelli teve seu
primeiro jogo como titular e teve um bom desempenho.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
A estreia com derrota não causou
desconforto, tendo que esse era um dos principais confrontos do Bugre para esse
campeonato. Na semana consecutiva um novo reforço: Fernando Lombardi chegara
para compor a zaga. Três dias depois o Bugre já tinha um novo desafio, desta
vez em casa. O Nacional veio ao Brinco de Ouro em busca dos três pontos, mas
Erik e Rondinelly deixaram os três pontos conosco e a primeira vitória do Bugre
se viu em casa. Sem sofrer gols, a estreia de Bruno Brígido foi positiva e
muito bem comentada.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
O próximo jogo foi contra o São
Bernardo e a segunda derrota consecutiva fora de casa. Nada a se desesperar, o
Guarani apresentava um bom futebol e o que estava faltando era um pouco de
entrosamento. Com o placar de 2 a 1 o Bugre volta até Campinas de mãos vazias,
mas com sede de vitória preparando para a próxima partida em casa.
Falando em sede, o próximo
adversário era o Água Santa, que não escapou da dupla dos Brunos (Nazário e Mendes)
e, também, de Érik. Sem se esquecer do outro Bruno, desta vez o Brígido, que
também contribuiu para mais um jogo em casa sem sofrer gols. Com o placar de 3
a 0 a torcida vai à loucura, mas consciente de que é só o começo de etapa para
o objetivo final.
A partida contra o Água Santa foi
adiada por solicitação da SporTV para que fosse transmitido na sexta-feira. Foi
dado folga ao elenco que podia descansar para retornar aos treinos na próxima
segunda-feira (29). Quem dera pudesse cancelar essa folga e treinar no sábado mesmo. O porquê disso todos deve ter conhecimento. Dia 27 de
janeiro de 2018 perdemos o nosso goleiro reserva Wallace em um acidente de
carro.
O elenco ficou enlutado e foi
difícil a semana de treino. Principalmente o titular Bruno Brígido que estava
junto com ele grande parte do tempo desses quase dois meses no Guarani. Foi uma
notícia que deixou todos comovidos e foi muito difícil aceitar essa condição.
Wallace que estava emprestado do Vitória estava próximo à família que reside em
Ribeirão Preto. Era um menino cheio de sonhos e de muita habilidade.
O Guarani teve uma sequência de
dois jogos em casa e o próximo era diante do Batatais. Wallace foi o centro das
atenções e todos nós temos certeza que ele estava lá vendo a homenagem feita
para ele em rede nacional. As homenagens contaram com a presença de cerca de
quarenta pessoas da família do goleiro para assistir à partida dedicada a ele.
E foi muito especial. Não teve um que não se emocionou diante disso.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Wallace levava a camisa 12 e, por
autorização da Federação Paulista de Futebol, a camisa 12 foi aposentada nessa
temporada. Na noite da homenagem, todos os jogadores entraram com a camisa 12 em memória, uma faixa com seu nome foi carregada pelo elenco e havia uma
programação para paralisação do jogo aos 12 minutos. Mas a grande surpresa
ainda estava por vir (e isso não estava no planejamento).
Exatamente aos 12 minutos,
Rondinelly abre o placar com um golaço e o estádio todo se emociona. Após a
comemoração do gol, todos acendem a lanterna do celular e entoam: “Wallace
Eterno”. Logo no número dele, no minuto destinado a ele, esse gol sair não pode
se considerar como uma mera coincidência. No intervalo as homenagens
continuaram e a mãe e tio foram convidados até o gramado para receber uma
camisa enquadrada e todo o carinho da torcida que levou faixas em homenagem e
terminou da melhor forma: vitória do Guarani.
Depois da sequência em jogos em
casa, o Bugre encara o Sertãozinho em busca da terceira vitória consecutiva e
ela veio. Com 3 gols de Bruno Mendes e um do estreante Fernando Lombardi que
assumiu a titularidade pela primeira vez após a venda do zagueiro Willian Rocha
que foi para o Nagoya Grampus, no Japão. Com chuva de gols, o Bugre venceu
o Sertãozinho por 4 a 2.
Bruno Mendes realizou um feito
que por poucos foi executado: o "hat-trick de ouro" ou "hat-trick clássico”, que consiste em gols da mesma partida
marcados com um com cada pé e outro com a cabeça. Bruno Mendes que já jogou
pelo Guarani em 2012 voltou com força total e assumiu a artilharia do elenco
Bugrino e vem sendo destaque. Confira os lances do jogo e, claro, uma atenção
especial aos 3 categóricos gols.
O próximo desafio era um jogo em casa, diante
do XV de Piracicaba. No Brinco de Ouro estávamos invictos e o visitante quebrou
essa marca. O Bugre dominou o primeiro tempo, mas tem aquele ditado: quem não
faz leva. No primeiro minuto da segunda etapa, o XV balançou as redes do
goleiro Brígido e terminou assim mesmo. O jogo foi daqueles que se estivessem
jogando até agora, ainda estaria com o placar mínimo de 1 a 0.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
A derrota não abalou o Bugre que teve outra
oportunidade de vencer em casa. O Taubaté veio até Campinas para enfrentar a equipe
alviverde. Mas dessa vez sem surpresas ruins, pelo contrário, Nazário marcou um
baita gol de bicicleta e fez virar a página do deslize Bugrino da rodada
passada. Com o placar de 2 a 1 o Bugre esteve tranquilo para ir até a cidade de
Osasco para enfrentar o apático Audax.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Foi a vez do Guarani ser visitante. Medo? Longe
disso! Nazário deixou seus dois gols para garantir o lado que ficaria os três
pontos. Mas não foi só ele; Rondinelly ampliou de pênalti e Denner, na cobrança
de escanteio, aproveitou a sobra e chutou direto pra dentro do gol! Audax
tentou fazer sua parte, mas levamos na bagagem a vitória. 4 a 2 no José
Liberatti.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
A torcida
já estava eufórica e esperançosa para ver o grande Guarani em mais um jogo em
casa. Rio Claro foi o próximo desafio. Com um jogo bem equilibrado, o placar
evidenciou essa paridade. 1 a 1 deixou o torcedor descontente que saiu do
estádio esperando mais da partida. Mas nem sempre a vitória vem. Com o time
embalado, o que se espera é sempre os 3 pontos, mas um empate também teve sua
importância. Antes um ponto na mão do que três voando.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Inter de Limeira era logo ali e estavam ansiosos
para nos receber no Limeirão. Um jogo para lavar a alma. A chuva estava
castigando e o jogo quase foi interrompido pelo mau tempo. Nem a chuva parou o
Guarani. O fator casa estava irrelevante para o Guarani. Fora ou em casa estava
garantindo um bom jogo do time campineiro. A Inter ainda sonhava com a classificação
e não quis deixar fácil. Mas o que não sabiam é que o difícil que nos
interessa. Com gols Erik e Bruno Mendes, o Bugre levou mais uma vez os três
pontos pra casa com uma vitória por 2 a 1.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Hora de encarar mais um adversário tradicional:
Juventus. Nunca que uma vitória não é importante, mas o Bugre já tinha feito
uma campanha e pôde jogar sem peso nas costas. Mas ganhar é muito melhor,
certo? Correto! O Bugre venceu por 2 a 0, fora os ameaços. Juventus até tentou,
mas Brígido não precisou trabalhar muito e deu a lógica.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Brinco de Ouro lotado e o time de Penápolis
veio nos visitar. A lei do ex não funcionou para Denis Neves que retornou para
o Brinco (agora do outro lado) e o Bugre venceu pelo placar de 4 a 2. Um jogo
cheio de emoções que rendeu 6 gols e muito show de bola. Com dois gols de
Denner, um gol de Nazário e o primeiro do volante Baraka, o Guarani já estava
na zona de conforto.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
O próximo jogo importava pela questão de honra,
mas para o campeonato em si, estava praticamente nulo. Com o Bugre já classificado,
a derrota contra a Lusa não deu dor de cabeça. Compreensível, pois o time mandante
precisava da vitória para escapar do rebaixamento. Erik diminuiu para o Bugre,
mas o placar ficou em 2 a 1.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Reta final do campeonato chegando e o Votuporanguense veio à Campinas enfrentar o Guarani. A vitória era necessária para garantir a decisão das semi-finais serem em casa. Então fizemos nossa parte. Foi o último jogo do Fumagalli com o manto Bugrino e esse jogo rendeu fortes emoções. O juiz apita e direciona seu braço para a área. Sim, amigos, pênalti para o Guarani! Não restou dúvidas de quem bateu o pênalti. “Uh, Fumagalli” era o canto único da torcida nesse momento. E foi ele para a bola e fez o óbvio: gol do Guarani!
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Último jogo antes da decisão e o Guarani deixou
a vitória para ir com tudo! Pedro Bortoluzo fez seu primeiro pelo Guarani no
início do segundo tempo. O Votuporanguense diminuiu, mas o 2 a 1 foi o resultado
final. Tudo pronto e adversário definido: XV de Piracicaba.
O Guarani enfrentou o único adversário que venceu
na nossa casa no Paulista. Que agonia! Dentre todos, era o menos desejado para
essa batalha. Como a campanha do Bugre foi muito boa, o jogo da volta foi para
o Brinco de Ouro. A ansiedade foi demais e todos estávamos ansiosos para que
chegasse logo o grande dia.
A carga
máxima dada para o torcedor Bugrino foi esgotada em poucas horas e a torcida
pôde fazer uma linda festa mesmo fora de casa. O jogo foi agoniante do primeiro
ao último minuto. O hino nacional estava prestes a começar e o fotógrafo do XV
falou: “Gente, junta todo mundo aí que essa foto vai ser do acesso”. Algo me
disse que não, sorri discretamente e fui fotografar o elenco Bugrino.
No jogo de ida, o marcador não quis trabalhar e
ficou no 0 a 0. Denner quase, mas quase, marcou para o Bugre. Aquela bola está
tremendo o travessão até agora. Voltamos para a Campinas com toda a
responsabilidade do acesso. Em casa é mais que um dever, que uma obrigação. É toda
a história e, há quantos anos o Guarani não chegava até a semi-final para
desperdiçar essa oportunidade? Era nosso, já era pra ser. No G-4 esteve os 4 times
que o Guarani foi derrotado no campeonato. O G4 estava assim: Guarani, São
Bernardo, Oeste e XV.
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Chegou o dia e o Brinco explodiu de tanta gente. A torcida foi prestigiar esse momento. Meu avô esteve lá após mais de 10 anos sem estar acompanhando de perto o time do coração. A torcida cantava e vibrava e cada lance foi vibrado como se fosse um gol. Foi apoio do começo ao fim e ele, Ricardinho, recebeu o passe de Nazário e não teve outro pensamento a não ser de tentar o gol. Se jogou na bola com todas as suas forças e deixou o goleiro à ver navios. A festa não foi grande, foi enorme!
O Brinco de Ouro estremeceu e dali em diante o
XV não conseguiu mudar a história. Bruno Brígido fechou o gol de canto a canto
e tão esperado apito final foi ouvido. SUBIMOS! A emoção não coube dentro do
coração e depois do jogo não tive forças para gritar, correr e abraçar todo
mundo. Ajoelhei no gramado e ainda tentava entender tudo aquilo em frações de
segundos. QUE HONRA! Que honra estar vivendo tudo isso de perto e podendo
abraçar cada um que foi responsável por esse momento único.
Dar a volta olímpica junto com os protagonistas
foi algo que pra sempre vai estar no meu coração. A torcida com um misto de
emoções contagiantes deixou aquela noite inesquecível para todos! Que honra ter
meu vô ali, na arquibancada, revivendo os momentos de glória do Guarani Futebol
Clube.
Os times da final já estavam definidos: Guarani
e Oeste. Pela melhor campanha o Bugre pôde decidir em casa mais uma vez. O jogo
foi bem menos tenso do que o do acesso. Mas ganhar o campeonato valia a vaga
para a Copa do Brasil de 2019. O Bugre entrou em campo e encerrou o campeonato
com chave de ouro! 4 a 0 para não ter dúvidas de quem seria o Campeão!
Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Algo a ficar pra sempre marcado: na despedida do nosso guerreiro Wallace, o seu tio reuniu todo o elenco e disse e pediu à todos que ganhassem esse campeonato por ele, Wallace. Na camisa de todos os jogadores, o seu nome foi estampado como homenagem no jogo da final. Foi pra ele, foi por ele e foi, com certeza, com ele.
Todos têm suas crenças, mas indiscutivelmente Wallace Ribeiro Barato estava lá, junto com todos comemorando pelo campeonato. Sua mãe foi receber sua medalha e esteve no pódio representando o nosso guerreiro. “Wallace” foi o grito de todos. A festa foi linda e essa exclusiva, só tem o LF. Um prazer enorme poder registrar grande maioria desse campeonato e acompanhar bem de perto os bastidores desse épico momento.
Bruno Brígido, mãe e filha do Wallace - Créditos: Letícia Martins/Guarani Press |
Guarani, por fim, teve indicações pelo bom desempenho e tivemos o craque do campeonato e meia (Bruno Nazário), melhor atacante (Bruno Mendes), melhor volante (Baraka), melhor lateral (Lenon), melhor técnico (Umberto). Terminamos da melhor maneira!
Nunca foi e nunca será só um jogo!
#WallacePraSempre #CampeãoPaulista #A2
#ObrigadaGuarani
1 Comentários
Sensacional!
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