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Como Rômulo, o azar e a bagunça tiraram a folga na liderança


(Foto: Rubens Chiri/SPFC)

Volta da Copa, líder contra um dos vice-líderes em um Maracanã lotado. Roteiro perfeito para um volta triunfal do brasileirão. E de fato, foi um bom jogo. Os dois times tinham propostas completamente diferentes, mas ambos buscaram o gol e jogaram para valer, pelo menos até que um deles saísse na frente. Pena para o torcedor rubro-negro que viu seu time sucumbir diante de um São Paulo encaixado, que aproveitou-se do fator que desequilibrou o jogo a favor dos paulistas: o primeiro volante Rômulo.

O primeiro tempo já dava sinais muito claros do que seria a peleja. Fla com a bola tentando infiltrar. São Paulo saindo rápido nos contra ataques. Nos primeiros minutos, o flamengo ameaçava mais, mas foram precisos 20minutos para que Rômulo passasse a andar no gramado e perder todas as divididas. Chegado no ano passado para ser o titular de Márcio Araújo, o jogador foi só decepção para os rubro-negros que antes do jogo de ontem, sabendo de sua escalação pela suspensão de Cuellar, já esperavam tragédia anunciada. É impressionante como o jogador se desliga frequentemente do jogo, chega atrasado em todas as bolas na frente e atrás e não consegue ganhar uma dividida no meio de campo. O Flamengo tinha um a menos para atacar, mas principalmente na recuperação das jogadas. Todas as sobras eram do São Paulo.

Foi assim que os paulistas começaram a ganhar o meio de campo e conseguir contra-ataques perigosíssimos ainda no primeiro tempo. Eles tornariam-se mais frequentes ainda quando perceberam Réver sem ritmo de jogo e perdendo muitas jogadas no drible e na velocidade. O trio de ataque do São Paulo nem jogava tão bem, Nenê mal pegou na bola, mas ainda assim davam trabalho. Já no ataque, o Flamengo não conseguia infiltrar e Guerrero, sem ritmo, era anulado por Arboleda. Contou com o azar na bola que Paquetá cabeceou na trave de Sidão.

Na volta pro segundo tempo, antes que o jogo pudesse assumir a mesma configuração Rômulo tratou de ajudar o São Paulo a definir o jogo. Furou a bola em corte simples na entrada da área e na sobra demorou uma vida para ir a marcação de Rojas. O ponta cruzou na cabeça de Everton, que penetrou no meio da bagunçada zaga rubro-negra e fez valer a lei do ex. São Paulo 1x0.

Daí em diante o jogo teria dois lados. Os 45 minutos seguintes foram de São Paulo que se comportou como um absoluto time pequeno. Foram 15 paradas para "lesões" de seus jogadores. O árbitro, mal escalado pela CBF (como podem escalar um novato sem experiência para um jogo desse tamanho, com dois times cascudos?) parecia perdidíssimo no jogo. 

Mas os 45 minutos seguintes foram também de um Flamengo sem brilho, sem sorte e muito bagunçado. Barbieri tirou Marlos, que vinha fazendo boa partida e era o jogador mais agudo do time, para pôr Uribe. Ganhamos em presença de área mas perdemos o meio campo, com Diego jogado a ponta esquerda. Depois tentou corrigir, tirando Rômulo e botando Trauco. Não surtiu efeito. No final, para testar a paciência da massa, colocou Matheus Sávio. Ainda assim, em pelo menos três ocasiões o Flamengo poderia ter feito. Na primeira, Marlos não conseguiu dominar sozinho contra Sidão. Na segunda, Uribe perdeu gol inacreditável sem goleiro. Na terceira, Sidão fez defesa monumental em cabeçada de do estreante. Não deu.

Enquanto isso, nas arquibancadas o clima era de apreensão e inquietude. Mais uma vez as organizadas foram punidas com a proibição de bandeiras e bateria, o que prejudica demais o espetáculo das arquibancadas e o sincronismo das vozes. Medida arbitrária, não pela culpabilidade mas por não ter consequência alguma. Só quem perde é o espetáculo e o Flamengo. E será assim até o Outubro.

E foi assim, que o São Paulo venceu o Flamengo ontem no Maracanã. Pelo que fez até o 1x0, mereceu vencer. Depois apenas se negou a jogar futebol. Pro Flamengo é fundamental agora vencer o Botafogo no sábado, quando pela glória dos deuses teremos Cuellar de volta, mas não teremos Everton Ribeiro. Dá-se uma abaixada na empolgação. No entanto, a vitória no clássico tem de vir para trazer o embalo de volta e que o Fla siga na toada rumo ao hepta. 

No mais,
Saudações Rubro-negras.

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