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A conta chegou: a diretoria e os 4 por quês da queda livre

Vitinho comemora gol de empate, o primeiro dele pelo Fla

 (Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital)

Quem imaginaria que aquele Flamengo do pré-copa entraria em queda livre agora? São 4 pontos conquistados em uma sequência que no primeiro turno nos deu 10. Crise e momento de baixa. Como? A resposta pra pergunta de cima é: qualquer observador atento, que conhece a diretoria do Flamengo.

Se existe um torcedor que não tem amor próprio é o rubro-negro. Todo ano tem um momento que empolga, grita aos céus que o mundial vem. Porém, já é o sexto ano do mesmo jeito. Já sabemos o que vem por aí e mesmo assim queremos acreditar que esse ano vai. E de novo, por escolhas erradas da direção, parece que talvez não, não vá.

Finalmente a conta chegou. Pra todo mundo. De todas as decisões erradas. Vamos lembrá-las.

1) Virada de ano mansa e a decisão de usar os garotos da base para formar o elenco

No fim do ano passado a torcida do Flamengo pedia uma limpa. A lista de dispensa era necessária. Nenhuma vez na história fomos vices duas vezes no mesmo ano. Pro rubro-negro isso é inadmissível. Ou pelo menos deveria ser.
Assim, continuaram Arão, Rômulo, Trauco, Pará, dentre outros.
Optamos pelos garotos. Idealmente isso parece lindo. E de fato seria, se levássemos em conta os garotos e as posições. Por vezes pareceu dar certo. Jogamos contra o Palmeiras com 6 garotos do base e demos um banho de bola. Mesmo assim, a falta de firmeza dessa mesma garotada impediu uma vitória.
Quando o time vai bem, a juventude empolga. Mas o problema da garotada aparece na hora ruim. Jean Lucas é um exemplo. O meia que parecia em franca ascensão precisou de apenas uma atuação ruim contra o Cruzeiro na Libertadores para não aparecer mais no time. Ele tem apenas 19 anos.
No momento mais complicado do ano, apelamos para um garoto de 17 anos no comando do ataque. É crueldade até.
Confiamos a titularidade da zaga a um garoto que vira gigante em alguns jogos, mas permite falhas infantis que tiram pontos cruciais.
Fora o fato de que alguns garotos não são bons o suficiente. Matheus Sávio não dá mais. Chega.

2) Falha dos pontos de investimento do elenco.

Gastamos 16 milhões de reais em Dourado quando tínhamos Vizeu.
Mantivemos 4 laterais ruins. Eles são os únicos quatro do elenco.
Não tínhamos reserva pra primeiro volante até o mês passado.
O time não consegue jogar sem o quarteto de meio campo.
Temos três centroavantes e nenhum deles funciona.

3) Omissão

A mesma diretoria de sempre. Tudo da errado mas sempre está tudo bem. Não há cobrança na derrota, há aplausos. Sem força o suficiente pra tentar manter Vinícius Jr. Sem postura pra enviar um advogado pra sequer ficar por dentro do caso Guerrero. O de sempre.

4) Não entender nada de futebol, querer abraçar o mundo, e ficar pelo caminho no meio do ano.

Essa é a causa pro problema mais imediato. Tendo um mês de copa pra decidir o que fazer no famigerado agosto, a diretoria do Flamengo não escolheu qualquer prioridade. Tentou jogar com toda a força as três competições, mesmo sabendo que não temos elenco. Prova disso é que não poupou em momento nenhum e agora temos um time estourado.
O problema físico do Flamengo é claro. Se em agosto fomos até relativamente bem, setembro promete ser tenebroso. O time agora não consegue ser uma equipe que recupera a bola rápida e por isso sofre muito. Ao mesmo tempo, o cansaço impede-nos de chegar com vários jogadores na área, marca fundamental desse time que vinha encantando nas mãos de Barbieri.

Alguns jogadores mais especificamente vem sendo os mais afetados. Everton Ribeiro não tem mais perna, mesmo jogando bem. Mas Paquetá é o maior exemplo. O garoto jogou praticamente todos os jogos do ano e, em cada um deles, foi nítido que cada vez mais cedo ele manifesta cansaço. Até porque joga em várias posições do meio de campo, faz a transição toda do time e com toda a intensidade e gana que lhe é característica. Foi perdendo o brilho a medida que o cansaço foi lhe afetando. Foi exposto a vaia não por acaso no jogo mais desgastante para o Flamengo, uma manhã de sol a pino e calor no Maracanã.

No meio disso, Barbieri busca soluções e, como todo garoto, se enrola. Está aí mais um erro da diretoria. Não aprendeu. Zé Ricardo também era promissor mas falhava na hora H. Não estava pronto pra ser campeão. Embora Barbieri me pareça até melhor do que Zé, a história é a mesma e ainda por cima ele não conta com a sorte. Jogou um confronto direto com 5 desfalques hoje.

E assim o Flamengo se enrola. A conta do cansaço e dos erros chegou. No momento em que podia estar voando nas nuvens, por uma série de erros, começa a descer em queda livre. Tudo por conta de uma diretoria que parece funcionar como uma força da gravidade, sempre puxando o time em direção ao fracasso. Os bananas de colarinho tomam tantas decisões erradas que prejudicam o trabalho de absolutamente todos no departamento de futebol. Se historicamente somos um time de chegada, de grandeza na decisão, hoje viramos o time do cheirinho. Pode botar na conta da direção. Só nos resta levar pro otimismo e perceber que mesmo na fossa, ainda estamos só a seis pontos da liderança. É gostar muito de se iludir.

No mais,
Saudações Rubro-negras.

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