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Quebrando alguns clichês da torcida do Galo

Foto: EFE/Yuri Edmundo

Após a eliminação vexatória de ontem, pensei em escrever um pós-jogo tradicional, descendo o pau no Sette Câmara e nos jogadores. Porém, pensei de novo e descobri que seria mais do mesmo, pois vários outros atleticanos já fizeram isso muito bem, como o Fael Lima, no canal Camisa Doze. (assista ao vídeo clicando aqui)

Além disso, boa parte da torcida já sabe como o Galo chegou a essa situação e por quê não consegue sair dessa Itaipu de chorume em que está imergido. Mas apesar disso, ainda existem pessoas que usam dos velhos clichês do futebol para justificar nossa má fase e isso me irrita tanto que será quase impossível não usar palavrões nesse texto. 

São análises extremamente reducionistas e que parecem tão simples que qualquer um que fale mais alto pode resolver (Inclusive, foi assim que o atual presidente foi eleito).

Pensando nisso, resolvi citar as maiores bobagens proferidas pelos torcedores e falar um pouquinho sobre elas.

Foto: Olé do Brasil
QUERMES QUEREMOS RAÇA

Se tem algo que me deixa puto da cara é quando a torcida começa a gritar "eu quero é raça do time todo", como se um carrinho ou uma corrida com mais vontade fosse resolver o problema.

É óbvio que raça é importante, mas se ela fosse o principal combustível para uma vitória, era só chamar uns torcedores na Sede de Lourdes e tudo estaria resolvido. Eles não sabem dar um passe de 1 metro, mas alguém duvida que eles dariam a vida em campo pelo Galo?

Entendam, meus anjos. Não há raça que supere um time mal treinado, desorganizado e sem tática definida. Dessa forma, serão 11 idiotas correndo num campo. 

Porém, um time que tenha todas essas qualidades, sem seriedade também não vai a lugar nenhum. O que eu quero dizer é: a raça não anula a técnica e vice-versa.

Foto: FOX Sports
VIÚVAS DE CERTOS JOGADORES

Isso tem a ver com o que eu escrevi acima. Sempre tem um salafrário que na primeira sequência de maus resultados do Galo posta uma foto do Pierre dando carrinho ou do Leandro Donizete dando um tapa no Dagoberto.

Gente, superem. É sério. Pierre já se aposentou e o Leandro Donizete tá com o joelho podre e não consegue jogar nem no América.

Alguns torcedores falam desses jogadores como eles fossem mudar nossa fase só pelo fato de estarem no elenco e assim o Galo se tornaria invencível. E daí se ele não aguenta mais jogar meia hora em alto rendimento?

Só pra avisar, o Pierre foi titular no 6x1. Longe de mim desmerecer sua linda história no Atlético, mas de novo: somente raça não é garantia de nada. Pode chamar Pierre, Donizete, ressuscitar o Kafunga, que vamos continuar na mesma merda.


"JOGADOR É TUDO MERCENÁRIO, SÓ LIGA PRO SALÁRIO"

Foto: Lucas Uebel/Grêmio
Em partes, eu até concordo. Principalmente quando o jogador é esse da foto ao lado.

Porém, há pessoas que realmente acham que o atleta ri enquanto o time está em má fase e não sente nada etc.

Se coloque um pouco no lugar dele. Imagine que você é um centroavante que ganha milhares de reais por mês. 

Entretanto, você está há 20 jogos sem marcar. Toda a torcida do seu time te odeia. A imprensa te odeia. Seu cachorro te odeia. Não há como ficar tranquilo com isso, mesmo ganhando 300 mil mensais, a não ser que você seja um psicopata. 

Além disso, se seu rendimento não melhora, você é mandado embora e perde aquele maravilhoso salário que tinha e vai jogar num clube de Piraporinha do Norte. Ou seja, não há motivos para o jogador ficar feliz com o salário e cagar para o clube que joga.

Resumindo o que quis dizer nessas linhas: o buraco é bem mais embaixo. O problema do Galo é administrativo e isso vem desde 2016. Ficar se apegando a frases prontas e jargões não muda absolutamente nada, pois dessa forma não se ataca o real problema, fazendo com que ele se perpetue. 

Espero que esse artigo tenha sido útil.

Pode me xingar nos comentários. 

me segue ae @victokkk

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