(Imagem: Blog Jornaleiros)
O mundo acompanha o que ocorre na vizinha Venezuela. O caos institucional, a pobreza que assola a maior parte do povo daquele paĂs e o governo de mĂ£os de ferro do Maduro assutam todos aqueles que prezam pela democracia e pelo bem estar da sociedade.
Como uma maneira de interromper esse momento crĂtico daquele paĂs, muitos paĂses (inclusive o Brasil) apoiaram Juan GuaidĂ³ como um personagem da polĂtica venezuelana que deveria assumir o poder e acabar com o Chavismo institucionalizado.
Dificil saber quem Ă© Juan GuaidĂ³, muitos venezuelanos nĂ£o conheciam ele, brasileiros que apoiam a tomada de poder por esse indivĂduo utilizando memes na internet nĂ£o sabem nada que esse homem fez ou pretende fazer. SĂ³ sabem que o que estĂ¡ lĂ¡ Ă© ruim e deve mudar.
Mario Bittencourt pode ser encarado como nosso Guaido. Foi eleito presidente do Flu mesmo que a sua experiĂªncia como dirigente tenha sido breve. Ele foi a personagem principal na vinda de Ronaldinho GaĂºcho no ano de 2015, julguem os senhores se isso foi bom ou ruim. VocĂªs nem lembravam que Ronaldinho tinha jogado no Flu nĂ£o Ă©? EntĂ£o a resposta jĂ¡ estĂ¡ ai.
Esse pobre currĂculo como dirigente nĂ£o o credenciaria para o cargo de presidente do clube.
PorĂ©m, para a maioria dos tricolores, o ex-presidente Pedro Abad era uma espĂ©cie de ditador latino-americano: aparelhou o Fluminense, nĂ£o ligava para os anseios da sua torcida e utilizava os parcos recursos do clube para realizar operações levianas como contratar o possante Robinho por 2 milhões de euros.
Percebendo que os tricolores se reuniam em volta do clube com muita frequencia e com um discurso cada vez mais violento, Abad fez o que Maduro deveria ter feito hĂ¡ muito tempo: convocou eleições.
O vencedor do pleito foi Mario Bittencourt. Assim como qualquer lĂder populista ele tentou apelar para o sentimento tricolor. Palavras como: "grandeza", "passado" e "Ădolos" ecoavam nas Laranjeiras como salmos religiosos, aqueles que o ouviam aplaudiam o ufanismo.
Palavras belas mas que sĂ£o sopradas pelo vento. Na prĂ¡tica, ninguĂ©m sabia o que Mario Bittencourt faria para salvar o Fluminense e catapulta-lo como um postulante a tĂtulos de relevĂ¢ncia. Os tricolores sĂ³ queriam que Abad fosse retirado, o presidente poderia ser eu ou atĂ© mesmo vocĂª, leitor.
Os meses passaram e a situaĂ§Ă£o nĂ£o melhorou ou atĂ© piorou. Fernando Diniz foi demitido, Oswaldo de Oliveira tem menos de 5 jogos no comando do Flu e jĂ¡ tem gente cogitando a volta de Diniz, a zona de rebaixamento jĂ¡ virou nossa morada, as penhoras seguem prejudicando os cofres do clube e os reforços sĂ£o de qualidade questionĂ¡vel.
O Fluminense deu para todos nĂ³s uma aula de PolĂtica Internacional. AtĂ© mesmo para interromper um governo desastroso se deve ter planejamento, nem sempre um discurso salvador Ă© o suficiente.
A "Venezuela Carioca" caminha em direĂ§Ă£o aos caos, dificil saber se atĂ© mesmo a torcida do Fluminense, o seu povo, conseguirĂ¡ salvar essa naĂ§Ă£o futbolĂstica do fracasso esse ano.
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