Entra ano, sai ano. E o Vasco da Gama chega para mais um ano sem as melhores expectativas. 2020 não aparece, para o torcedor, como um ano de glórias e conquistas – como os anteriores. Tudo o que o torcedor pode esperar é uma campanha regular, sem muitos sustos. De fato, parece um pouco utópico, em um prognóstico sincero, pensar em qualquer coisa além da zona de sul-americana no brasileiro.
Mas deve-se pensar jogo após jogo. No dia 19/01, o cruzmaltino enfrenta o Bangu, em jogo válido pelo Campeonato Carioca. No banco de reservas, o clube contará com Abel Braga – que, apesar de vencedor, não é exatamente um treinador de confiança hoje. Os últimos trabalhos de Abel (no Flamengo e no Cruzeiro) não dão a melhor perspectiva para a torcida vascaína. Porém, há um asterisco que serve de alento: o modo de pensar futebol de Abel não é muito diferente do de Luxa; por isso, tem-se, pelo menos, uma pequena expectativa de continuidade. Mas muito pequena. Fato é que Abel é símbolo de um futebol conservador e ultrapassado, cada vez mais combatido por novos treinadores que parecem dar razão aos especialistas, que assim o definem.
Na montagem do elenco, então, a torcida queria mais do que o apresentado até então. O único reforço apresentado foi Germán Cano – e a expectativa em cima do atacante, porém, é excelente! O argentino chega com uma média de 34 gols nas últimas duas temporadas. O que a torcida espera, evidentemente, é que a carência de um bom 9, que tanto assola a equipe, seja suprida. E bem suprida. Por outro lado, ainda há a expectativa pela contratação de um zagueiro, um lateral, um volante e um meia. Não há, por ora, nomes para as 3 últimas posições: e isso pode custar caro para o time durante a temporada.
Por sua vez, no que compete à zaga, a bola da vez é a volta de Dedé! Aproveitando-se da péssima situação do Cruzeiro – que quer se desfazer de alguns medalhões para aliviar a folha salarial na Série B –, o Gigante da Colina quer o retorno de seu ídolo, por empréstimo, até o final de 2020. A expectativa em torno da volta do principal ídolo da história recente do Vasco é altíssima; e Dedé e Castán parece, de fato, uma excelente dupla de zaga para a temporada do carioca. E a equipe precisa de alguém para substituir Oswaldo Henriquez, titular na temporada passada que não renovou o contrato.
Não há definição, ainda, em torno da manutenção de Fredy Guarín. O volante colombiano deseja permanecer, mas para tal exige o pagamento de salários atrasados; por sua vez, já está definido que Rossi não fica para a nova temporada. Alguns nomes – Lucas Santos, Rafael Galhardo e Jordi – retornaram ao elenco após empréstimo. Não são, porém, jogadores que enchem os olhos do torcedor. Galhardo saiu muito manchado com a torcida, e a imagem de Jordi também não é a melhor com os vascaínos. Lucas Santos, porém, divide opiniões: alguns consideram a prata da casa muito talentosa, mas outros afirmam que ele está longe de estar pronto para a exigência do profissional.
Acertadamente, o time manteve boa parte da base do ano passado. Alguns nomes que não vingaram foram embora – aí incluídos Clayton, Valdívia, Cáceres, entre outros. Porém, os principais nomes foram mantidos. Yago Pikachu, Fernando Miguel, Talles Magno, Leandro Castán etc. vão prosseguir no Vasco nesta temporada.
Naturalmente, a equipe vascaína chega como uma das favoritas ao título do Carioca. Isso não ocorre, evidentemente, por grandes méritos do cruz-maltino; mas simplesmente porque os grandes sempre chegam com esse status. Com a opção do Flamengo por não jogar com o time principal, então, as chances dos outros três grandes aumentaram muito. Isso não significa, porém, nada para o resto da temporada. Basta lembrar do ano de 2015: nessa ocasião, o Vasco foi campeão do estadual e rebaixado para a série B. Estadual nunca será parâmetro, pro bem ou pro mal.
De resto, há algumas novidades pra além do campo. O acerto do Gigante da Colina com a Havan dá boa perspectiva para a equipe de São Cristóvão. Espera-se um bom ganho econômico com essa parceria, o que será utilizado, em primeira instância, para o pagamento de dívidas. Em segundo plano, há expectativa, em médio prazo, por reforços na estrutura e no elenco. A rescisão com a Diadora também foi notícia nesse início de ano. A substituta para o projeto que não deu certo será a Kappa, que ocupará o posto de fornecedora esportiva após o término do estadual.
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