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Casa de Tolerância: O Lar do Futebol Brasileiro

(Foto: Leandro Couri / EM/D.A Press)


Nesse período de quarentena, o futebol não se mostra como um campo fértil para a criação de notícias. Porém, a crise que se apoderou do Cruzeiro Esporte Clube não respeita qualquer sentido, ela insiste em aparecer com manchetes dignas de debates que poderiam ser travados no programa Superpop da RedeTV.

Entre os gastos "Pouco Republicanos" em "Casas de Entretenimento Adulto" e a perda de 6 pontos por dívidas na FIFA, é impossível saber até onde vai a crise Celeste, mas sabemos como ela prosperou na Zona que é o futebol brasileiro.

Arrascaeta, Mano Menezes, Dédé, Thiago Neves, Fred. Esses são apenas alguns nomes caros que compuseram o plantel cruzeirense nos últimos anos e que conseguiram trazer glórias para a equipe mineira. Entre brasileirões e duas Copas do Brasil, o Cruzeiro se tornou uma equipe temida no cenário nacional enquanto outros emblemas da Série A lutavam para manter as suas contas em dia (e, fatalmente, falhavam nessa missão).

De onde vinha tamanha fortuna?

Essa pergunta pouco era feita na maioria dos veículos de imprensa pelo Brasil a fora, falar sobre finanças não é divertido nem em períodos de quarentena imagine tratar desse assunto enquanto a "bola está rolando". A resposta para essa questão apareceu depois de anos e foi amarga para os torcedores do Cabuloso: A fortuna não vinha. 

Por mais que o Cruzeiro colecionasse boas participações em campeonatos e isso gerasse uma grande receita, os seus gastos eram maiores, a conta não fechava. "Gastar mais do que arrecada" não é uma característica ímpar que pertence ao clube de Belo Horizonte no cenário nacional, essa realidade afeta (e afetou) praticamente todos os clubes brasileiros e trouxe para essas instituições dívidas milionárias, cifras pornográficas que nem os antigos dirigentes do Cruzeiro tolerariam em suas "reuniões de negócio".

Aqueles que riem da atual situação cruzeirense, devem ter sentido raiva desse mesmo time anos atrás pelos seus êxitos em campo. Os torcedores das outras agremiações acompanhavam jogadores de pouca qualidade representando as suas respectivas instituições e xingavam seus dirigentes. Mal sabiam eles  que o "Esquadrão Celeste" estava na mesma situação financeira de seus clubes, a diferença é que muitos lutavam para não cair e a Raposa lutava por títulos. 

Cabe agora cobrarmos das autoridades que regem o futebol nacional que Zona não seja mais Tolerada. Não se sabe até onde vai essa crise do Cruzeiro, porém, por enquanto, eu entendo que eles estão no lucro. Dois brasileirões e duas Copas do Brasil "custaram" uma Série B, muitos torcedores de times que não conseguem montar plantéis competitivos poderiam aceitar esse "boleto" com tranquilidade. 

Somente o futuro dirá se a "conta" do Cabuloso superará as glórias conquistadas nos últimos anos, deve-se agora questionar a tolerância do futebol brasileiro ao ponto de permitir essa situação absurda. Aqueles que tentam colocar as suas contas em dia estão fadados ao fracasso, ao mesmo tempo, dirigentes promíscuos conseguem prosperar nessa Zona sem nem mesmo deixar a gorjeta.

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