“O mais importante aqui não é o jogador, não é o treinador. É o Flamengo”.
Foi assim que você chegou e conquistou a gente, e nos deixava cada vez mais apaixonado a cada quarta, a cada domingo, justamente por ela, sua paixão. Sua paixão em treinar o Flamengo, em viver o Flamengo, em sentir o Flamengo.
Em primeiro lugar quero dizer que não questiono sua saída. Realmente não tem sido fácil viver num país onde se banalizam mais de 75 mil vidas perdidas, onde jogar do lado de um hospital de campanha é normal. Além disso não estar em casa, ser alvo de comentários xenofóbicos e não ter o devido respeito que merece não é agradável. Apesar disso tudo você marcou toda nossa geração e nunca vamos esquecer disso.
A tristeza é por você ter ido embora sim, mas isso a gente sabia que ia acontecer. O problema é não ter tido a possibilidade de me despedir da forma correta. Num ano que mais parece um século, fevereiro parece que foi há uma década e eu mal sabia que aquela final da Recopa numa quarta feira de cinzas seria a última vez que eu veria você comandando meu time ao vivo.
A tristeza é por saber que aquela magia que havia a seu redor não vai estar mais aqui. Títulos - e agora vem a falta de modéstia de todo flamenguista - vamos continuar ganhando, mas vai ser diferente. Não vamos estar mais na arquibancada olhando pro banco e falando “Olha lá o velho maluco” ou sempre fazer a piada falando de como você era a cara da avó de um amigo de arquibancada. Afinal, quem mais estaria se debatendo, espumando de raiva com o time ganhando por 5 (CINCUUM!) a 0 em uma semifinal de Libertadores?
Naquelas conversas em grupos de flamenguistas sempre nos perguntávamos como deveria ser o sentimento daqueles que viram o Flamengo da década de 80. De ir pro estádio sabendo da vitória, sabendo que vinha mais um show pela frente. Nós descobrimos. Foi esse sentimento que durante 412 dias você fez a gente sentir.
Foi graças a você que eu vivi dias inesquecíveis em 2019. Foi graças a você que aquele dia 24 de novembro vai ficar na minha memória pra sempre. O dia que eu vi a taça da Libertadores brilhar, na minha frente. Ninguém me disse, eu vi.
Eu só tenho a ser grato à você. Obrigado pelas vitórias, pelos gols, pelas comemorações, pelas coletivas, pelos memes, por tudo.
Por tudo isso, pela última vez quero cantar
OLÊ OLÊ OLÊ OLÊ
MISTER!
MISTER!
No mais,
Saudações Rubro-negras!
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