O torcedor tricolor não teve um minuto de paz em 2020. A
sensação que fica ao terminar o ano é que tudo que poderia dar errado, deu, e
tudo que poderia dar certo, deu errado também. Mas quero iniciar este texto
falando sobre as nossas alegrias, e adiantando que nenhuma delas veio
As Meninas de Aço rapidamente caíram nas graças da torcida,
mesmo sendo parte de um departamento que o clube ignorou enquanto pôde. Apesar
do questionamento sobre ter ingressado de vez no futebol feminino somente quando
foi obrigado às equipes das principais divisões do futebol brasileiro, o fato é
que o Bahia tratou deste assunto com seriedade, montando uma equipe muito
competitiva, e oferecendo as atletas uma estrutura de ponta, com ótimas condições
de trabalho e a manutenção integral do salário destas, mesmo diante da pandemia
da COVID-19. Isto rendeu frutos imediatos para a equipe, que se consagrou campeã
baiana de 2020 com certa facilidade, e conseguiu o acesso para a série A1 do Campeonato
Brasileiro de Futebol Feminino, havendo ainda a possibilidade de conquistar o
título da Série A2 já em seu início de projeto. Por se tratar de um projeto
complexo, bem estruturado e de muita importância, em breve farei um texto mais
detalhado sobre esta equipe que encheu de orgulho os corações tricolores neste ano
conturbado.
Outro projeto que funcionou de maneira exemplar foi o do
time de transição, que disputou boa parte do campeonato baiano de 2020, sob o
comando de Dado Cavalcanti, e gerou bons frutos para o Bahia no decorrer da
temporada. Um planejamento para uso de atletas jovens, com muito potencial, e
um técnico igualmente promissor, foi responsável por deixar o time na liderança
do campeonato baiano, já classificado para a fase final da competição, e por
vencer o rival dentro de sua própria casa. A equipe deixava a impressão que
conseguiria o título, e deixaria o legado de bons atletas para venda ou uso na
equipe principal, mas a pandemia veio, e com ela o projeto precisou ser
interrompido de maneira precoce.
A partir daqui começo a falar da equipe profissional de
futebol masculino, que precisou disputar a fase final do campeonato baiano e o
venceu com muita dificuldade, mesmo enfrentando equipes do interior da Bahia,
que possuem um orçamento muito, mas muito menor que o do Bahia, e que tem pouca
tradição no futebol Baiano. Vale ressaltar que antes disto, esta mesma equipe
conseguiu a proeza de ser eliminado na primeira fase da copa do Brasil, com uma
atuação patética perante o River-PI.
Haveria de se imaginar que esta equipe passaria por apuros
quando enfrentasse equipes mais qualificadas, da série A do campeonato
Brasileiro. Em seu grande teste, perdeu os dois jogos em Salvador, no estádio
de Pituaçu, para o “papai” Ceará, que tem feito o Bahia de grande freguês nos últimos
anos, e acumulou mais uma decepção em copas do Nordeste, mesmo sendo o time de
maior orçamento da região.
Com o início do campeonato Brasileiro, veio a demissão do
técnico Roger Machado após derrota para o Flamengo em casa, e a contratação do
técnico Mano Menezes, que veio com a responsabilidade de resolver os problemas
defensivos de uma defesa extremamente vazada durante o ano.
Para finalizar o ano, o diretor de futebol, Diego Cerri encerrou seu contrato com o tricolor, e a torcida comemorou como um grande triunfo, pois o mesmo era alvo de muitas críticas por algumas péssimas escolhas durante toda a sua gestão. O Bahia amarga a sua pior sequência de derrotas na história do
campeonato brasileiro, e tem sido porteiro da zona de rebaixamento durante
muitas rodadas do campeonato. Aparentemente nada está tão ruim que não possa
piorar, mas a torcida espera que o agora técnico da equipe principal, Dado
Cavalcanti possa trazer novos ares, junto com o novo ano de 2021, para que o
time pelo menos não amargue mais um rebaixamento em sua história.
Até a próxima, saudações tricolores.
Matheus Freitas.
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