Para o torcedor tricolor, a quem escrevo esse texto, a frase do tĂtulo jĂ¡ se tornou um clichĂª, e vinha sendo um clichĂª difĂcil de engolir nos Ăºltimos tempos.
O Bahia, do eterno gol de Raudinei, de uma quantidade absurda de gols apĂ³s os 40 do segundo tempo, de uma virada histĂ³rica sobre o Santa Cruz em 1981, revertendo um placar adverso de 4-0 na primeira partida, para um histĂ³rico 5-0 na Fonte Nova, acumulou muitas frustrações no primeiro triĂªnio da gestĂ£o de Guilherme Bellintani e Vitor Ferraz.
A dolorosa derrota para o Sampaio Correa em uma Fonte Nova lotada, na final da copa do Nordeste em 2018, a precoce eliminaĂ§Ă£o na primeira fase, jogando contra o prĂ³prio Sampaio Correa jĂ¡ eliminado da competiĂ§Ă£o em 2019, e o segundo vice-campeonato contra o CearĂ¡, em pleno estĂ¡dio de Pituaçu, nos dois jogos em 2020, alĂ©m de campanhas no Campeonato Brasileiro em que a torcida sentia que o time podia mais nos deixaram com um pĂ© atrĂ¡s nessa de acreditar (embora o outro sempre estivesse a frente).
A temporada de 2021 começou dias depois do fim da temporada 2020, e o tricolor precisando reformular o elenco, trocando pneu com o carro em movimento, e com um tĂ©cnico que parte da torcida desconfiava muito, embora este que vos escreve nunca tenha sentido a necessidade de troca na comissĂ£o, começou com com alternĂ¢ncia de bons e pĂ©ssimos resultados. Com o time principal, algumas goleadas vieram seguidas de resultados pĂ©ssimos, com a culminĂ¢ncia em uma derrota para o fraco VitĂ³ria da Bahia, no clĂ¡ssico.
Sob toda pressĂ£o e desconfiança, o trabalho de Dado demonstrava qualidade, e reforços acrescentaram e supriram lacunas cruciais no time que tanto decepcionou o torcedor em 2020. O time se estabilizou, e mais uma vez chegou a final da Copa do Nordeste, alĂ©m de avançar com segurança na copa do Brasil, e estar vivo na Sulamericana.
Achou por bem o destino colocar novamente Bahia e CearĂ¡ na final do NordestĂ£o. Os dois trabalhos mais consistentes, e os maiores investimentos da regiĂ£o colocaram frente a frente times organizados, competitivos, com uma rivalidade crescente, e que brigam pela dominĂ¢ncia na regiĂ£o. O CearĂ¡ tĂªm ampla vantagem nos confrontos diretos nos Ăºltimos dois anos, e com um trabalho longevo de Guto Ferreira, entrou com um leve favoritismo para o confronto.
O gol de Jael no finalzinho do primeiro jogo em Salvador, de falta, e com um desvio na barreira, logo apĂ³s o Bahia ter criado a melhor chance do jogo, e ter parado na trave, teve indicĂos de crueldade para com o clube e com a torcida, que via o filme se repetir, e a sensaĂ§Ă£o de torcer para o clube mais azarado do Brasil no momento.
Havia um jogo de volta, no CastelĂ£o, e o Bahia sabia disso. Sempre acredite no Bahia, eu acreditei.
Diferente dos Ăºltimos anos, esse elenco nĂ£o se entregou, e basta ver os bastidores para confirmar isso. Jogando de forma organizada, com vontade, intensidade e muito coraĂ§Ă£o, Rodriguinho abre o placar, Gilberto amplia, e o sonho estĂ¡ prĂ³ximo. Jael, o cruel, nos maltrata novamente, e vamos para os pĂªnaltis.
Estava escrito nas estrelas. Matheus Teixeira Ă© predestinado, Rodriguinho Ă© craque, e German Conti Ă© um dos melhores zagueiros em solo brasileiro hoje.
O nordeste Ă© vermelho, azul e branco pela quarta vez. Convenhamos, nunca deixou de ser, e nĂ£o se trata de tĂtulos, nĂ£o se trata de escrever em site oficial, se trata de ser, e o Bahia Ă© o Maior do Nordeste.
AtĂ© a prĂ³xima, saudações tricolores.
Matheus Freitas.
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4 ComentĂ¡rios
Esse texto define o sentimento tricolor! Altos e baixos, mas nĂ³s continuamos acreditando, continuamos sendo o maior do Nordeste!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentĂ¡rio.
ExcluirExcelente texto! Sintetiza muito bem o sentimento de ser tricolor de aço. BBMP!
ResponderExcluirMuito obrigado. BBMP
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