No terceiro texto da sĂ©rie "Como levar o futebol feminino Ă sala de aula" serĂ¡ retratado os principais desafios da modalidade.
Bem vindos ao terceiro texto da minha saga sobre meu projeto final do Ensino MĂ©dio. Para ler o segundo texto, clique aqui. Bom, nessa altura da minha pesquisa, eu jĂ¡ conseguia claramente perceber os maiores desafios presentes no esporte - esses, que com certeza ultrapassavam apenas o preconceito.
EntĂ£o, apĂ³s vĂ¡rias leituras e entrevistas assistidas, eu percebi que o machismo estrutural era apenas a ponta desse iceberg que engloba a falta de apoio ao futebol feminino. Porque, a partir dele, de maneira histĂ³rica, as mulheres nĂ£o eram reconhecidas como atletas profissionais e ganhavam bem pouco - o que equivalia as vezes, na seleĂ§Ă£o brasileira, a 20 ou 30 reais, sim, nos anos 2000.
Por isso que nĂ£o foi suficiente apenas cair a proibiĂ§Ă£o do Estado Novo, muito menos declarar uma real modalidade, era preciso mais do que isso. Pois, nĂ£o bastava apenas leis, precisava mudar todo um comportamento social - reeducaĂ§Ă£o essa, que ainda ocorre.
Por exemplo, Ă© evidente que quando um clube estĂ¡ com dificuldades financeiras, a primeira decisĂ£o para controle de danos Ă© o desligamento do setor feminino, como feito pelo Santos em 2012, ou feito agora, nos Ăºltimos dias, pelo AvaĂ/Kindermann, por mais do que apenas a condiĂ§Ă£o financeira.
Mesmo assim, o cenĂ¡rio com toda certeza muda quando se leva em conta a regulamentaĂ§Ă£o da ConfederaĂ§Ă£o Brasileira de Futebol (CBF), que reconhece o futebol feminino como modalidade competitiva e extingue os resquĂcios da proibiĂ§Ă£o, apenas no papel.
A disparidade econĂ´mica, Ă© um grande problema no futebol feminino, quando comparada ao futebol masculino, nĂ£o apenas nos salĂ¡rios, mas tambĂ©m nos investimentos em cada clube. A Marta nĂ£o possui patrocĂnio de nenhuma marca esportiva como Nike ou Adidas, porque ela quer receber mais. PorĂ©m, isso nĂ£o significa que ela queira receber como o Neymar, ela sempre ressalta que merece receber por ser a atleta Marta.
A disparidade econĂ´mica, Ă© um grande problema no futebol feminino, quando comparada ao futebol masculino, nĂ£o apenas nos salĂ¡rios, mas tambĂ©m nos investimentos em cada clube. A Marta nĂ£o possui patrocĂnio de nenhuma marca esportiva como Nike ou Adidas, porque ela quer receber mais. PorĂ©m, isso nĂ£o significa que ela queira receber como o Neymar, ela sempre ressalta que merece receber por ser a atleta Marta.
E Ă© essa a chave que precisa ser virada na cabeça das pessoas, as mulheres no esporte querem receber o referente a elas mesmas, nunca aos homens. É entender e reconhecer a modalidade como Ăºnica, nĂ£o como vinculada ao esporte masculino. SĂ£o realidades diferentes.
Outro desafio, agora referente aos clubes, refere-se Ă s categorias de bases. Por um ano a categoria de base da seleĂ§Ă£o brasileira feminina ficou parada, o que jĂ¡ Ă© um absurdo por si sĂ³. Quando se olha para outras seleções, como Estados Unidos, CanadĂ¡ e França, entende-se que hĂ¡ um processo de renovaĂ§Ă£o ocorrendo, esse, que vĂªm justamente da base.
EntĂ£o, antes de pedir por renovaĂ§Ă£o na seleĂ§Ă£o, tem que cobrar os clubes para que tenha categorias de base. Como Ă© feito no Corinthians, na FerroviĂ¡ria ou em clubes como o Centro OlĂmpico, que tĂªm enfoque na base.
EntĂ£o, antes de pedir por renovaĂ§Ă£o na seleĂ§Ă£o, tem que cobrar os clubes para que tenha categorias de base. Como Ă© feito no Corinthians, na FerroviĂ¡ria ou em clubes como o Centro OlĂmpico, que tĂªm enfoque na base.
Portanto, com a mĂdia dando maior destaque Ă s conquistas femininas no futebol que a situaĂ§Ă£o vĂªm começando a mudar - com total apoio dos torcedores, seja nas arquibancadas ou nas mĂdias sociais. Assim, que esse seja a continuidade de um grande futuro.
Fico por aqui, atĂ© a prĂ³xima, Larissa Campesan.
@fclarisz_
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