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Cadê o comprometimento, Flamengo?

Mais uma partida, mais um desastre. Por quanto tempo ainda teremos que ver a mesma postura patética em campo? Quantas derrotas e resultados vergonhosos ainda teremos que aguentar até que alguém faça alguma coisa?


A torcida tentou encontrar animação no meio do caos. A demissão de Luxemburgo no início da última semana, a contratação de Cristóvão e a chegada de Guerrero, que só se apresenta depois da Copa América, deixaram no ar a esperança de um novo começo. Entretanto, o empate ridículo com o Náutico na quarta-feira conseguiu irritar todos ainda mais.

O novo treinador teve apenas dois dias para tentar trabalhar o que o time não aprimorou em seis meses: tática e técnica. Os treinamentos da semana foram focados nisso e nada de “rachão”, coisa que Luxa costumava fazer excessivamente. Nova organização em campo, uma escalação um pouco diferente e o início de um novo capítulo. Tudo parecia bonito até demais.


Com o apito inicial, vieram os gritos de “queremos raça” das arquibancadas. Reclamação justa que já antecipava exatamente o que faltaria durante o jogo inteiro. A marcação apertada do Fluminense já denunciava que o rubro-negro encontraria problemas para criar. Como se tudo não estivesse ruim o suficiente, aos quatro minutos Sandro Meira Ricci marcou um pênalti inexistente de Pará e o tricolor abriu o placar com Fred.

A quantidade absurda de toques errados e de cruzamentos ruins não deixava o Flamengo sequer arriscar. O time não conseguia trabalhar as jogadas e quase todos jogaram mal. Nem os múltiplos erros da arbitragem justificam o péssimo desempenho dentro de campo. É claro que o problema não é mais treinador, mas os jogadores em si.

Aos 30 minutos Pará fez o favor de piorar o que já era terrível e marcou um gol contra. O lateral direito fez a pior partida da carreira e é difícil acreditar que ele será titular até o fim do ano. O sistema defensivo é tão ruim que Fred teve o espaço que quis. Bressan, que deveria marcar ao invés de fazer qualquer outra coisa, apenas apontou o jogador tricolor e mandou o companheiro de equipe marcá-lo quando já era tarde demais.

Alecsandro, que deve ir para o Grêmio graças a deus, já que se irritou com a chegada de Guerrero e com a escolha dele pela camisa 9, conseguiu marcar um gol de cabeça depois de um cruzamento perfeito de Armero aos 35 minutos. Essa foi à única jogada decente do time no primeiro tempo.

Segundo tempo, Cirino em campo, expectativa da virada e um grande balde de água fria. O Fluminense conseguiu fazer o terceiro gol com apenas um minuto graças ao espaço do tamanho da África que a defesa rubro-negra deixou. Nem com o cartão vermelho mal dado para Giovanni quatro minutos depois o Flamengo conseguiu apresentar chances de melhora.

Tudo continuou da mesma forma. Os mesmos erros e o péssimo desempenho individual e coletivo de quase todos. O gol de Eduardo aos 40 minutos e a expulsão de Canteros viraram apenas meros detalhes. No meio de tantas besteiras, um princípio de briga entre torcidas organizadas mostrou que a paciência está cada vez mais curta.

Cristóvão tem apenas dois dias para tentar fazer o impossível e organizar a enorme bagunça dentro do Flamengo. O elenco precisa parar de tratar todas as partidas como treinamento, precisa se comprometer em campo e deve fazer isso agora.

Precisamos de reforços, competência, raça e vergonha na cara. Chega de esperar um milagre. Sem querer ser mensageira do apocalipse, mas o time tem que correr atrás do prejuízo antes que seja tarde demais.

FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 2X3 FLUMINENSE

Local: Maracanã.
Horário: 18:30 (de Brasília).
Árbitro: Sandro Meira Ricci (SC).
Auxiliares: Fábio Pereira e Emerson Augusto de Carvalho.

FLAMENGO: Paulo Victor; Pará (Gabriel), Bressan, Wallace e Armero; Cáceres (Eduardo); Canteros, Arthur Maia (Marcelo Cirino) e Everton; Paulinho e Alecsandro.

FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Renato, Gum, Antônio Carlos e Giovanni; Edson e Jean; Wagner, Gerson (Pierre) e Vinícius (Wellington Silva); Fred (Marlone).


Mariana Sá || @imastargirl

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