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A pior das melhores gerações


Muito tem se discutido sobre o talento e a qualidade dos jogadores brasileiros nesses últimos anos, mas será mesmo que nos falta talento? Será que nossa seleção joga um futebol pífio por conta dos jogadores que tem? 

Não, não temos uma geração tão vencedora quanto a de 60-70, tão pouco genial quanto a de 80, e provavelmente não será tão marcante quanto a de 2002. Mas há um radicalismo em dizer que a geração atual é ruim, ou que apenas Neymar tem um futuro brilhante pela frente. Você caro leitor, consegue citar quantas seleções (nome à nome) que são melhores que a brasileira? Duas, talvez três. 

A questão é: Por que jogadores como Oscar, William, Elias, Firmino e Douglas Costa, não conseguem render nem mesmo um terço do que rendem em seus times? Exatamente, em seus TIMES. A seleção brasileira se tornou um amontoado de ótimos jogadores, que não conseguem se encaixar sem sua principal estrela e quando a tem, espera que ela resolva os jogos sozinha.

Nós não temos um time e muito menos um treinador. Dunga simplesmente não consegue reproduzir os talentos individuais que tem em mãos, num conjunto. Nós não deixamos de produzir bons jogadores em nossas categorias de base, prova disso, são nossos jogadores de idade Olímpica.


A geração Olímpica está recheada de talentos. Gabriel Jesus, Luan, Gabigol, Valdívia, Rodrigo Caio, Lucas Silva, Dória, jogadores que são destaques em seus clubes no Brasil e alguns que já chamaram atenção e atuam na Europa.

Por que o Real Madrid consegue garimpar Casemiro em má fase no São Paulo, emprestá-lo e em seguida, consegue recuperar o jogador, que vem se destacando neste início de temporada mas sequer é lembrado na convocação para seleção principal? Por que o Shakhtar garimpa Douglas Costa e anos depois, revende para o Bayern de Munique e o jogador estoura de sucesso em pouquíssimos jogos. Será mesmo que nos falta talento?

A seleção brasileira pode não encantar, nem cativar o seu torcedor como há algumas décadas, mas culpar apenas os jogadores e se esquecer das raízes do verdadeiro problema é tapar o sol com a peneira. Talento não nos falta, mas se nossa entidade máxima, não consegue organizar nem o futebol dentro do país, é de se esperar que o técnico escolhido para gerir a seleção, também não consiga.


Pedro Henrique  |  @peeedrito17

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