Palmeiras esse que gosta também dos grandes jogos e entrou em campo disposto a fazer mais uma daquelas partidas que marcaram a campanha da Copa do Brasil. Foi um primeiro tempo tão bom que, por vezes, fez os mais de trinta e seis mil palmeirenses esquecerem que o adversário era o líder do campeonato argentino e que não perdia uma partida desde novembro.
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Cristaldo comemora seu gol: raça argentina e gingado brasileiro. (Foto: Globo Esporte) |
Com Cristaldo na vaga de Alecsandro, o ataque ganhou mobilidade e vontade. Tocando a bola como ainda não se tinha visto em 2016, o Verdão envolveu bem demais o time argentino e pouco possibilitou ao rival. Melhor ainda, criou chances aos montes para marcar.
Dudu e Robinho desperdiçaram as primeiras boas oportunidades e mostraram certa fragilidade na defesa argentina que acabou muito bem aproveitada por Cristaldo, que teve a raça argentina para disputar a bola e um gingado bastante brasileiro para matar o goleiro e ficar com o gol escancarado para fazer explodir o Allianz Parque. 1x0.
Tão inexplicável quanto o primeiro tempo superior do Palmeiras foi a volta para o segundo tempo - volta essa que simplesmente não aconteceu. O Rosário voltou pressionando e o Palmeiras das decisões deu espaço para o atual Palmeiras dos chutões. A bola batia e voltava indicando que o gol de empate parecia questão de tempo.
Ele virou uma certeza quando Robinho deu um carrinho bobo e viu o juiz assinalar pênalti para os argentinos. Foi quando voltou a brilhar o herói alviverde: Prass saltou e fez uma defesa espetacular, salvando o Palmeiras de levar o empate, como salvara em 2015 em tantas outras vezes.
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Vitor Hugo foi o único jogador de linha a se salvar na atuação desastrosa do segundo tempo. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras) |
O estádio inflamou de uma maneira que a certeza do gol de empate quase virou convicção de que o Verdão acordaria para o jogo. Não foi o que aconteceu. Prass seguiu fazendo milagres e, quando nem ele salvou, a sorte entrou em campo e fez a bola por cobertura bater na rede de cima.
A cada lance desperdiçado pelos argentinos, o "cheiro de empate" se convertia em "hoje é nosso". Se Marcelo foi mais uma vez patético na beira do gramado, Prass evitou de todas as formas o gol dos visitantes e permitiu que no único contra-ataque certo em todo segundo tempo, o verdão matou o jogo com Allione.
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Allione entrou e garantiu a vitória alviverde. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras) |
O Palmeiras dos chutões conseguiu, ao menos no resultado, ser por hora o Palmeiras das decisões. Pouco demais para quem deseja ter vida longa na competição, ainda que o adversário colabore nas dificuldades do jogo.
PONTO TÁTICO: A vida de Marcelo Oliveira parece cada dia mais curta no comando do Palmeiras. Absolutamente perdido, foi incapaz de perceber as jogadas forçadas no veterano Zé Roberto e a perda do meio-campo. As alterações não fizeram nenhum efeito e Marcelo tomou mais um baile tático, muitas vezes mostrando sem saber o que fazer.
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Prass voltou a salvar o Palmeiras em jogo decisivo. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras) |
O DESTAQUE: não podia ser outro que não o cada vez mais ídolo Fernando Prass. Gigante debaixo das traves, defendendo até pensamento, gigante fora dele ao representar as cores do Verdão com muita propriedade.
BOLA MURCHA: uma série de faltas mal batidas e o pênalti cometido pesam muito contra Robinho, ainda mais considerando que o meia do Palmeiras deveria ser o responsável por ajudar a controlar o jogo no momento da pressão. Não criou rigorosamente nada no segundo tempo e deixou espaços na marcação.
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