Quarta-feira,
09 de março de 2016. Uma data que entrará para a história do Esporte Clube
Bahia pelo insólito fato de registrar dois jogos oficiais do clube no mesmo
dia, por competições diferentes em cidades separadas por 500 km. Um absurdo com
o selo CBF/Globo e FBF de competência. Entretanto, de limões azedos os Bahia
fez uma bela limonada: Dois triunfos e classificação e lideranças asseguradas
tanto no baianinho como no Nordestão.
Pragmaticamente
esse é o melhor início de temporada da história - dez triunfos consecutivos em
jogos oficiais. É um ótimo registro histórico, mas com pouco peso técnico na
temporada. Afinal as competições desses primeiros meses servem para dizer o
quão ruim seu time está e não o quão bom ele é. Mas o Bahia de Doriva, e o de
Aroldo também, ratificou na rodada dupla de quarta que são times organizados e
com bons modelos de jogo.
Na
'preliminar' o time profissional entrou em campo com muitos desfalques: Tinga,
Moisés, João Paulo, Danilo Pires, Luisinho, Zé Roberto, Juninho e Hernane.
Quase um time completo. Mesmo
desfigurado o time manteve o padrão que tem apresentado no ano: Sistema
organizado, boas combinações, controle de jogo e objetividade. Com Paulo
Roberto no meio campo, que enfim fez uma boa apresentação, e Rômulo
centralizado na segunda linha o time utilizou o 4-2-3-1 como sistema principal,
com variações de acordo com a postura do Galícia ou com o momento do jogo.
Edigar Junio foi deslocado para a direita e Cristiano ficou no flanco esquerdo
- como Yuri apoia menos que Hayner essa foi uma boa solução para ter amplitude
nos dois lados do campo.
Time que iniciou o confronto contra o Galícia. Frame capturado no estádio. |
Com o jogo
definido Doriva promoveu a estreia de mais três destaques da Copa SP deste ano:
Itinga, Max e Felipinho. Os garotos, nascidos em 98, ajudaram a reconfigurar o
time no 4-4-1-1. Mostraram maturidade e disciplina tática além da habitual
vontade e ansiedade típicas da idade.
Variação de jogo habitual quando o time tem vantagem no placar. Garotos inseridos no plano de jogo |
Em Petrolina o
Bahia de Aroldo Moreira foi bastante aplicado para superar os adversários da
noite: O pasto que usaram como campo, a arbitragem lamentável e a iluminação de
boate além da equipe da Juazeirense. O triunfo de 2 X 1 ratificou o bom
trabalho desenvolvido pela base do clube, a ponto de preparar um time bastante jovem capaz de superar uma equipe profissional com maturidade física, técnica e
psicológica. Jogadores como Mayron, Rodrigo Becão, Hugo Freitas e Rodrigo
Rodrigues mostraram credenciais para servirem ao profissional em pouco tempo.
Toda a boa
evolução da temporada será questionada em caso de revés no clássico de domingo.
Algo normal e compreensível por se tratar de uma rivalidade muito forte
localmente. Na única partida disputada esse ano contra uma equipe das séries
A/B do Brasileirão [Santa Cruz] Bahia fez uma partida muito fraca tecnicamente,
a despeito do resultado positivo dentro da casa do adversário. Como esse clássico
não tem peso para o campeonato estará apenas em jogo os aspectos técnicos e
de confiança para a temporada. Algo relevante, sem dúvida.
O Bahia não
deve colocar em campo ninguém que não esteja fisicamente bem. Por isso além dos
contundidos [Moisés, Tinga e Hernane] os que estão em transição também não
devem ser utilizados [Blanco, Danilo Pires]. Apenas João Paulo Almeida deve ser escalado, muito em virtude de não haver um reserva da posição pronto para
jogar - mesmo com Yuri indo muito bem na posição nos últimos jogos.
Única dúvida
para o jogo é na zaga central: Robson ou Gustavo? Uma dúvida que não deveria existir
se fosse avaliados apenas aspectos do campo, mas que ganha contorno pela
'experiência' de Gustavo, apesar da temporada ruim que faz. Zé Roberto deverá
ser o substituto de Hernane, decisão que me parece bastante acertada - Zé faz
muito bem o movimento de buscar jogo entre os volantes e zagueiros, algo que
Hernane acrescentava ao modelo de jogo de Doriva.
Com Paulo
Roberto na vaga de Blanco/Danilo Pires Bahia perde na transição ofensiva - ele
arma menos que Blanco e infiltra menos que Danilo. Mas time ganha sustentação
defensiva no meio e boa bola longa e inversões. A dupla com Feijão foi fundamental
na construção de jogadas contra o Galícia e na saída de bola.
Lomba, Hayner,
Gustavo, Éder e João Paulo; Feijão, Paulo Roberto; Juninho; Luisinho, Zé
Roberto e Edigar Junio. Esse deve ser o time que iniciará o clássico. Na teoria
um jogo que não vale nada. Na prática o maior jogo do ano até agora. E, talvez,
o único clássico Ba-Vi do ano. Não será pouca coisa. Nunca é.
ALEX ROLIM - @rolimpato - #BBMP
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