O futebol,
mais do que qualquer outro esporte, reserva momentos improváveis. E poucos
times conseguem proezas mais improváveis do que o Palmeiras – para o bem e para
o mal. De goleadas absurdas sofridas como Água Santa ou Mirassol, passando por
classificação heroica como diante do Colo Colo ou mesmo vencendo a Copa do
Brasil de 2012 com um time horroroso.
E o time dos
improváveis conseguiu mais um jogo louco diante do forte Rosário Central, que
por muito pouco não terminou com uma vitória épica, mas que pelo mesmo tanto
poderia ter sofrido a desclassificação da Libertadores. Loucuras que só esse
jogo proporciona em apenas noventa minutos.
O
desacreditado Palmeiras já tem outra cara com Cuca. Longe do ideal, mas com as
variações que faltavam ao previsível 4-5-1 de Marcelo Oliveira. Entrando com
três zagueiros e liberando os laterais, o Palmeiras incomodou muito a saída de
bola dos argentinos. Gabriel Jesus, esperto, quase marcou logo no primeiro
minuto. Pouco depois não desperdiçou: 1x0.
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Barrios marcou gol salvador que manteve o Palmeiras vivo na Libertadores. (Foto: Globo Esporte) |
O gol da
tranquilidade fez mal ao Palmeiras que recuou e deixou a bola com o Rosário
Central. É verdade que poucas chances foram criadas, mas a punição veio de
forma cruel. Em cobrança de falta de longe, a bola desviou e matou Prass,
empatando o jogo. A sorte que faltou no gol sofrido ajudou a colocar o
Palmeiras em vantagem quase no último minuto do primeiro tempo, de novo com
Gabriel Jesus, que aproveitou o posicionamento com maior liberdade armado pelo
Cuca.
Jogos
decisivos costumam ter detalhes marcantes. Nesta noite, foi à bola na trave de
Gabriel Jesus (sempre ele) logo no começo do segundo tempo. O placar que não se
alterou no ataque palmeirense se movimentou no lance seguinte. Em cobrança de
falta ensaiada, Cervi fez um belo gol e empatou outra vez.
O pênalti
infantil cometido por Vitor Hugo e convertido por Marco Rubén seguido da também
infantil expulsão de Jesus pareciam dar fim ao Palmeiras na Libertadores de
2016. No meio disso, outra bola na trave já fazia o pessimismo tomar conta com
aquele ar de “não é hoje”. Só que o futebol não tem lógica nenhuma e, quando
tudo já parecia perdido, o Verdão arrancou um chorado empate com Barrios após
outro cruzamento e falha da zaga, embora impedido.
No final,
restou ao Palmeiras segurar os donos da casa para manter viva a chama da
esperança da classificação. Ficou difícil, é verdade, dependendo inclusive do
resultado de Nacional x Rosário Central. Mas também o era antes do jogo desta
quinta. Se não basta o Palmeiras ser o time dos improváveis, a cor verde é a da
esperança – e ela ainda não morreu.
O DESTAQUE: Não tinha como ser
outro. Mesmo com a expulsão, Gabriel
Jesus não teve medo do cenário
adverso e jogou muita bola. Além dos dois gols e da bola na trave, deu muito
trabalho para a defesa argentina com velocidade e dribles.
BOLA MURCHA: Um time que joga com
três zagueiros não pode levar três gols no jogo, mas muito da falta de posse de
bola no primeiro tempo passa por outra péssima partida do Robinho. Perdido em campo, preencheu mal os espaços e errou na
criação.
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