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Vexame no Horto - Eu não queria ser Diego Aguirre

Hoje foi dia de Atlético e Tricordiano no Horto. Time classificado, escalação reserva, adversário fraco. O blogueiro que aqui vos escreve estava preparando um texto a respeito dos números do Galo nessa primeira fase de campeonato: Jogadores que entraram em campo, gols marcados, de qual posição do campo saíram mais tentos (se de cabeça, se de fora da área, se em infiltrações), quem acertou mais passes, quem errou, quem foi o maior ladrão de bolas, qual a maior fragilidade da defesa e etc.

Confesso que tais planos foram por água abaixo a medida que o jogo de hoje (ou a pelada, porque estava difícil de assistir) se desenvolvia, principalmente após os gols seguidos do Tricordiano na segunda etapa. 

Fonte: Túlio Kaizer /Superesportes
Sinceramente eu não esperava uma vitória fácil, uma goleada. Mas estava tranquilo que chegaria um resultado positivo. Se contra o Cruzeiro a derrota foi ocasional; contra o Del Vale os desfalques e as condições do gramado prejudicaram; mas contra o Tricordiano não tem desculpa, foi um vexame maiúsculo. Este 4x2 no Horto é um resultado inadmissível (mesmo se o jogo fosse disputado com o Sub-12 ou com o time de Masters). 

Ao dar uma corrida de olho nas redes sociais, vejo que este é o momento de maior turbulência enfrentado Atlético na temporada e principalmente pelo técnico Diego Aguirre. Sua cabeça para o torcedor está a prêmio, como naquelas fotos de velho Oeste – Wanted Dead or Alive. Ou como naquele seriado do Chris Rock: Todo mundo odeia o Aguirre.

Ou seja, um jogo que não valia nada, por pura displicência dos 11 jogadores que perderam vergonhosamente para o “potente” Tricordiano, pode transformar o Mineirão em um barril de pólvora prestes a ser incendiado caso haja um revés na quinta pela Libertadores.

E digo mais amigo atleticano, não me assustaria se no furor da torcida, Daniel Nepumuceno encerrasse o ciclo do Uruguaio. Fato este que o tornaria uma espécie de Paulo Autuori versão 2016, colocando a Libertadores e o próprio resto de ano a prova com vários sinais de interrogação.

Eu sinceramente espero que o time dê a volta por cima, vença bem o Club Melgar e faça uma grande semi-final contra a URT. Espero também que o trabalho tenha prosseguimento. É importante ressaltar que a evolução em campo sempre foi e sempre será um processo gradativo. Algo que vem com treinos, repetição, exaustão. E um trabalho encerrado tão precocemente poderá ter efeitos devastadores. Quero o melhor para o meu time, quero acima de tudo tranquilidade.

Ao mesmo tempo Diego Aguirre também precisa se ajudar, jogar com simplicidade, trazer de volta a torcida para o seu lado. O técnico precisa ter a consciência que é momento de decisão. É hora de sacrifício. Passaram-se os testes, o laboratório, o rodízio. O mesmo tem que escalar o que de melhor estiver à disposição, ou seja, o General na “volância” (a partir das semi-finais contra a URT, visto que o mesmo está suspenso para o jogo contra o Melgar), e o losango com Luan, Robinho, Cazares e Pratto – sem improvisos.

Fonte: Túlio Kaizer /Superesportes e Roger Dias /Estado de Minas
O torcedor – Diego Aguirre - não quer saber se uma nova filosofia está sendo implantada, se o trabalho no dia-a-dia é bem feito. Torcedor não admite perder, principalmente em seus domínios. 

E sinceramente, não queria ser você nesse final de domingo, não queria ser Diego Aguirre. Trabalho questionado, a cabeça deve estar pesada com algumas decisões mal tomadas, e a orelha queimando com tanta insatisfação por parte do torcedor alvinegro. Noite para  você, treinador, botar a cabeça no travesseiro e refletir sobre tudo que vem acontecendo em Belo Horizonte.
 
OBS 1 – Gols do Atlético: Cazares (27 minutos da primeira etapa) e Robinho (48 minutos da segunda etapa); Gols do Tricordiano: Marquinhos (32 minutos da primeira etapa), Juninho (1 minuto da segunda etapa), Marcinho (10 minutos da segunda etapa) e Arnold (50 minutos da segunda etapa)

OBS 2 – Opiniões jogador a jogador  - O Atlético foi ao jogo com Victor – Amém pois voltou de contusão, já que a batata do Uilson já estava assada. Mas falhou no terceiro gol do time de Três Corações; Carlos Cesar – fez o seu feijão com arroz de sempre, não comprometeu mas também pouco ajudou; Tiago –  é bom zagueiro, porém precisa de um parceiro mais rápido, tem muitas dificuldades no 1x1; Edcarlos – Bateu cabeça como em todas as vezes que entrou no ano de 2016, não é nem sobra do zagueiro razoável de 2014 e de 2015; Mansur – uma mistura de Pedro Botelho com Emerson Conceição. Como diria José Luiz Gontijo, velho jornalista da crônica mineira: “Péssimo dos Péssimos”; Leandro Donizete – é notório que a reserva não está fazendo bem ao General. Esse foi dos piores jogos do camisa 8 com a camisa do Galo. Estava disperso, alheio ao que estava acontecendo, erros bobos de passes e de botes; Lucas Cândido – Defensivamente deixou a desejar como todo time, figura indiferente; Eduardo – Peça mais lúcida do meio de campo, teve ao seus pés duas grandes chances de gol. É um menino para ser observado, grande volante; Cazares – Atuação apagada, mas é importante ressaltar que o jogo do equatoriano foi extremamente prejudicado pela apatia do time. Cazares sozinho é presa fácil aos marcadores, necessita da aproximação dos seus companheiros, coisa que não aconteceu; Pablo – Figura nula, famoso ponta ciscador. Zero Objetividade; Clayton – Tá certo que a função de centro avante não é a ideal para seu jogo, mas hoje o atacante poderia pelo menos ter “dado um sanguinho”. Robinho e Capixaba – Muita movimentação, clarividência e habilidade no caso do experiente atacante; força, vitalidade e velocidade no caso para a promessa alvinegra. Ambos não foram mal, mas como disse anteriormente a apatia dos demais não os deixou ajudar mais do que ajudaram.

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8 Comentários

  1. Parabéns pela análise, Matheus. Inconcebível essa derrota. Todo respeito ao clube adversário, mas, não só pela história como a comparação de plantel, há(veria) um abismo técnico entre as equipes. Independentemente da escalação do Atlético, a apatia e falta de organização do time deu sinais de que a Comissão Técnica está aquém do que o GALO precisa e também que o fator motivacional inexiste. Cadê os brios? Cadê a emoção? Tem que querer! Jogo péssimo. Marca negativa ridícula. Resta torcer para que haja mudança de atitude antes das grandes decisões que estão por vir.

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    1. Muito obrigado pela contribuição meu caro. Concordo em Gênero e Número. Não houve motivação, raça. Aquela gana de quem está de fora em tomar o lugar dos titulares. Jogadores me pareceram acomoados

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  2. Desde a vinda do Aguirre, que mostrei chateado,e tudo que vem acontecendo com o Galo, como mau preparo físico,com time sofrendo no segundo tempo, várias contusões, alta rotatividade, substituições e erro nas escalações, aconteceram e fizeram com que fosse demitido do Inter, que como o time alvinegro nesse ano, tinha um ótimo plantel nas mãos e mesmo assim não mostrou competência pra ganhar grades títulos,por isso reafirmo o que já venho dizendo, o maior adversário do GALO nesse primeiro semestre é o seu treinador Aguirre.

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    1. Bom Reginaldo, permita-me discordar um pouco. O Aguirre é bom técnico. Tem boa metodologia, bons conceitos. O problema é que o mesmo vem de uma escola divergente à do nosso atlético. Queremos um time que vá para cima, sem medo. Que lute, que se mate em campo. Coisa que não está acontecendo.

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    2. Matheus esse grupo nas mãos do Levir estaria voando, no ano passado com um grupo bem diminuto e a conta do chá, ainda conseguiu tirar leite de pedra, corremos sério risco de cometermos o mesmo erro de 2014 ,qdo chegamos as oitavas de final na libertadores e enfrentamos o atlético Nacional, o time vinha mau sobre o comando de Paulo Autuori e esperaram perder a primeira partida na Colômbia por 1 x 0 ,pra demitir o treinador,trazendo Levir pro seu lugar, empatando o jogo da volta e saindo do torneio, se for pra demitir que não se demore tanto, por mim volto a dizer, nem teria vindo.

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    3. Primeiramente permita-me discordar.

      Explico melhor, em primeiro lugar se ainda fosse o Levir nem esse grupo teríamos. O mesmo rejeitou várias contratações.

      Outra coisa. Há de se separar as coisas, com esse mesmo Levir à essa altura do campeonato eramos terceiros no campeonato mineiro, ficamos atrás da Caldense e do Cruzeiro. Tomamos um 3x1 da Tombense no Horto e na Libertadores estávamos à uma derrota para a eliminação. Precisávamos vencer o Santa Fé na Colombia e Ganhar do Colo Colo no horto por dois gols de diferença. O Atlético se classificou em segundo lugar do grupo, foi o sexto melhor segundo e pegou o Internacional do mesmo Diego Aguirre, terceiro melhor primeiro colocado.

      Aguirre cometeu alguns erros, mas é extremamente leviano inferir que com o Levir estaríamos em condições melhores.

      Outra coisa o trabalho do Diego Aguirre está no início, são apenas três meses. Com ele o clube teve notórios avanços defensivos. Até o jogo do cruzeiro a defesa possuía a melhor média de gols sofridos em 4 meses desde 1991. É muito tempo. Alguns conceitos vem sendo claramente implantados, distância entrelinhas, pressão coordenada na bola, ataque ao espaço. A questão dos volantes é algo que deve ser adaptado, contudo, convenhamos que Leandro Donizete é guerreiro, raçudo, legal, torcida gosta. Mas está na contramão das exigências do futebol moderno. Volante tem que saber sair para o jogo, tem que ser o primeiro armador. E esse lance que o time fica desprotegido é conversa para boi dormir. Na Europa se joga assim, com o meio campo funcionando como uma unidade. A torcida não entende pois são conceitos diferentes do boleirismo e com o estilo varzeano com o qual está acostumada.

      O time do Atlético está longe do seu desenvolvimento máximo, da sua plenitude. Concordo. Mas nem se o Aguirre fosse o Guardiola para implantar uma filosofia completamente nova com tão pouco tempo.

      A torcida precisa ter paciência...Cuca perdeu sete jogos em sequência em 2011 e nem por isso foi demitido (imagina se fosse!). Ao mesmo tempo o técnico precisa se ajudar, principalmente melhorando sua leitura em algumas situações.

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  3. Aguirre é bom técnico , mas com a vontade que os jogadores entraram em campo ontem, poderia ser ate o guardiola o treinador, que o resultado seria o mesmo.

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    1. Meu pensamento é mais ou menos como o seu Marcos. Esse ano de 2016 vejo o time do Atlético com boas ideias, vejo conceitos modernos sendo implantados, é notório que o time é bem treinado. Mas as vezes acho também que o Aguirre da muita sopa para o azar com algumas decisões. Tem que ser encontrado um meio termo nessa relação.

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