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Com amarga derrota, Maracanã se despede dos gramados


Não era o que esperava a torcida boliviana queria, ainda mais em um dia tão marcante como a despedida do ídolo Arlindo Maracanã, que dá adeus aos gramados, mas continuará no mundo da bola atuando como gerente de futebol do próprio Sampaio Corrêa. 

Para os mais de 32 mil expectadores, maior público do ano no Castelão até então, a expectativa era de um grande jogo das duas equipes. A massa boliviana teve uma surpresa preparada pelo treinador Dejan Petkovic, que escalou o "eterno capita" como titular para que pudesse promover sua despedida diante de sua torcida. A escalação foi contestada pelo próprio presidente do clube, Sérgio Frota, que pretendia fazê-la em outro jogo "menos importante". O time mudou de um 4-3-3 bastante ofensivo, com Daniel Barros de segundo volante flutuando no meio-campo e conduzindo a bola do meio ao ataque, para um 4-3-1-2, o que poderia ser válido se houvesse mais empenho na marcação e ajudaria na posse de bola. A verdade é que o Pet escalou dois jogadores no meio-campo sem tanta capacidade para marcar, caso de Daniel Barros e Arlindo. Isso se refletiu nitidamente em campo. O que se viu foi um Sampaio falhando muito no setor defensivo, perdendo o meio-campo para o time cruzmaltino, errando passes e dando espaços ao adversário.

O Vasco, com o status de bi-campeão carioca, tratou logo de assustar a defesa boliviana. Aos 4 minutos de jogo, após um erro na saída de bola da equipe tricolor, Nenê acertou um belo chute para a defesa de Rafael. Em seguida, após cruzamento na área o próprio Nenê cabeceou para o centro do gol, mas o goleiro tricolor bem colocado fez a defesa tranquilamente. O Sampaio respondeu aos 8 minutos com uma cabeçada de Luiz Otávio em cobrança de escanteio, mas não levou perigo ao gol defendido por Martin Silva.

Aos 13 minutos, veio o que o torcedor boliviano temia. Nenê recebeu a bola no flanco esquerdo tricolor e, sob a tímida marcação de Daniel Barros, achou espaço para efetuar o cruzamento para Riascos, livre de marcação, cabecear quase de peixinho para o gol, abrindo o placar no Estádio Castelão. Aos 14', substituição na equipe vascaína, quando saiu o zagueiro Jomar, lesionado, para a entrada de Rafael Vaz. Logo em seguida, aos 16', em cobrança de falta para o Sampaio, Pedrinho chutou sem perigo à direita da meta cruzmaltina.

O Sampaio estava irreconhecível em campo. Diferente dos outros jogos, o time estava jogando aberto demais, sem compactação. Havia um abismo no meio de campo, deixando a sua defesa exposta em muitas oportunidades. Aos 24 minutos, em tabela com Riascos, Nenê aproveitou a chance diante do goleiro Rafael e deu uma bela cavadinha para ampliar o placar. Aos 26', uma bela jogada pela esquerda feita por Arlindo Maracanã, limpando os defensores e chutando para a defesa de Martin Silva. Logo em seguida, mais uma tentativa de Arlindo que parou nas mãos do goleiro vascaíno.



Aos 29 minutos, mexida na equipe tricolor, Arlindo Maracanã sai aplaudido pelos bolivianos presentes no estádio e certamente pelos telespectadores de forma merecida por tudo que fez pelo tricolor, para a entrada do centroavante Carlos Alberto. Dessa forma, o onze tricolor voltou ao 4-3-3 de outros jogos, com Pimentinha e Edgar jogando abertos pelos lados. O time ficou mais agressivo, mas esbarrava na forte marcação do Vasco, principalmente sobre Pimentinha. Aos 31', nova chance para o Vasco em jogada pela direita, quando Madson chutou cruzado e Rafael defendeu. No lance seguinte, erro na saída de bola de Martin Silva e a bola caiu nos pés de Pimentinha, que tocou para Carlos Alberto na entrada da área. Ele rolou na esquerda para Edgar, que invadiu a área e chutou para a defesa do goleiro vascaíno. Aos 42 minutos, mais uma alteração no Sampaio, o comandante tricolor promoveu a estreia de Eli Sabiá na vaga de Mimica, lesionado.


O primeiro tempo foi de amplo domínio do Vasco, principalmente no meio-campo. O time marcou forte e estava sempre atento aos erros defensivos da equipe boliviana. No intervalo, o técnico Jorginho fez a sua segunda substituição, sacando Julio dos Santos e promovendo a entrada de Yago Pikachu.

Logo no primeiro minuto do segundo tempo, susto para defensiva tricolor graças a um chute de Nenê da entrada da área, mas Rafael defendeu com segurança. Aos 4', bola cruzada na área e mais um vacilo da defesa tricolor, que deixou o baixinho Yago Pikachu finalizar de cabeça para fora do gol. Um minuto depois, mais uma chance para o Vasco, quando Rafael Vaz chutou forte na diagonal da área por cima das traves.

Pikachu continuava dando trabalho para a defensiva boliviana e criou mais uma chance para a sua equipe. Após receber lançamento, o jogador chutou cruzado da entrada da área, a bola bateu na trave direita de Rafael e saiu pela linha de fundo. O Sampaio, totalmente desorganizado, se lançava ao ataque sempre com as investidas de Edgar pela esquerda. Desta vez, aos 12 minutos, ele faz uma bela jogada, limpando os marcadores e chutou forte colocado de pé direito, mas a bola pegou na rede pelo lado de fora, tirando o grito de gol de alguns torcedores bolivianos.

Aos 17 minutos, sofrendo com os avanços desordenados de sua equipe, o Sampaio levou o terceiro gol. Jogada de Andrezinho pela direita, que entrou na área e cruzou rasteiro para o meio da pequena área em direção a Riascos, o atacante escorregou junto com Guilherme Santos que o marcava, mas a bola sobrou para Nenê sozinho empurrar para o fundo da rede. Após sofrer mais um gol, Petkovic tentou recuperar o controle do meio-campo sacando Pimentinha e promovendo a estreia do volante Daniel Amora. O Vasco diminuiu o ritmo com a ótima vantagem no marcador, já o Sampaio em seu ímpeto quase diminuiu, aos 28 minutos, com Edgar. Após receber belo passe de Pedrinho, Carlos Alberto deu uma cavadinha para a esquerda na saída de Martin Silva, Edgar recebeu a bola livre e chutou ao gol, mas Rodrigo chegou a tempo e se jogou em direção a bola, impedindo o gol tricolor em cima da linha.

O Bolivão continuava pressionando a defesa cruzmaltina. Agora Edgar, aos 31 minutos, aproveitou a sobra de um chute de Luiz Otávio que desviou em Rafael Vaz e chutou colocado no travessão. Essa que é a jogada característica e a marca do artilheiro boliviano. O Vasco não se intimidou e deu números finais a partida. Aos 34', Riascos, em contra-ataque pela esquerda, encontrou a defesa boliviana desarmada e tentou encobrir Rafael, mas o goleiro espalmou a bola e, na sobra, Nenê conferiu o quarto gol da equipe de São Januário e seu terceiro na partida.

O Sampaio pecou em sua escalação inicial e falhou inúmeras vezes defensivamente, além de não ter aproveitado as reais chances de gol que teve. A equipe tricolor deixou o homem mais perigoso da equipe cruzmaltina muito solto, com liberdade para criar e arriscar nas finalizações. Há que se destacar a função tática de Jorge Henrique, do Vasco, sempre voltando pelos lados do campo, auxiliando a marcação e os combates feitos pelos jogadores de meio-campo, que roubaram diversas vezes a bola. No Tricolor de São Pantaleão, o destaque foi Edgar, que mais uma vez repetiu uma atuação digna do peso da camisa boliviana, só lhe faltou o gol para coroar a sua boa partida.

FICHA TÉCNICA: 
Local: Estádio Castelão, em São Luís (MA), 14 de maio de 2016 (Sábado), 16h (de Brasília) 
Público: 32.188
Cartões Amarelos: Léo Rodrigues (Sampaio); Yago Pikachu e Nenê (Vasco)
SAMPAIO: Rafael; Léo Rodrigues, Mimica (Eli Sabiá), Luiz Otávio e Guilherme Santos; Diego Lorenzi, Arlindo Maracanã (Carlos Alberto), Daniel Barros, Pedrinho; Pimentinha (Daniel Amora) e Edgar. Técnico: Dejan Petkovic
VASCOMartin Silva; Madson, Jomar (Rafael Vaz), Rodrigo (Aislan) e Júlio César; Marcelo Mattos, Julio dos Santos (Yago Pikachu), Andrezinho, Nenê; Jorge Henrique e Riascos. Técnico: Jorginho

Marcos Fernandes || Twitter: @poetafernandes
Linha de Fundo || @SiteLF

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