Nesta quarta-feira (26), apenas três dias após termos garantido nossa
classificação à final da FA Cup, entramos em campo em Londres, para enfrentar o
Leicester City em partida adiada da 28ª rodada da Premier League 2016-17.
Infelizmente, mesmo após uma semana repleta de coisas positivas, o que vimos
foi um Emirates Stadium repleto de espaços vazios – por conta da tal “forma de protestar” de alguns
torcedores, deixando o time na mão.
Assim como nas últimas duas partidas, nos rendemos novamente ao esquema
tático da moda, o efetivo 3-4-3. Mas, desta vez, entramos com uma equipe
diferente do que tem sido o habitual. Com quatro mudanças em relação ao último
jogo, Arsène Wenger escalou a equipe com: Nacho Monreal na defesa, ao lado de
Gabriel e Koscielny, formando a linha de três. Bellerin ganhou a vaga de Ox na
ala-direita – no domingo, Chamberlain saiu de Wembley de muletas, todavia, o
Boss confirmou na entrevista de ontem que era só por precaução, mesmo assim,
Chambo recebeu um descanso hoje e, viu a partida somente do banco de reservas;
na ala-esquerda, Kieran Gibbs voltou a participar de um jogo; Coquelin também
retornou à equipe titular nesta quarta, jogando ao lado de Xhaka no meio-campo;
no comando de ataque, Özil e Alexis receberam a companhia de Theo Walcott,
deixando Giroud e Welbeck no banco – os dois que, nas últimas partidas,
revezaram no ataque do Arsenal. Tais mudanças foram necessárias, para que
pudéssemos descansar alguns jogadores, que travaram uma dura batalha de 120
minutos contra o Manchester City, há três dias. E, também, pensando em tê-los
aptos para o North London Derby do próximo final de semana.
O que se viu na primeira etapa, foi um Arsenal com absoluto controle do
jogo, tendo maior posse de bola e, pressionando os Foxes a todo o momento. O
Leicester chegou a assustar em um chute à queima-roupa de Mahrez, que exigiu
uma reação espetacular de Petr Cech, com uma só mão ele espalmou para escanteio
e mostrou que, se em alguns fundamentos ele têm deixado a desejar ultimamente –
como sair da área, o que lhe faltou no lance do gol de Agüero domingo –, em
outros ele continua afiado, como o reflexo.
De resto, só deu Arsenal no primeiro tempo. Tivemos um bom volume de
jogo e conseguimos invadir a área adversária em determinados momentos, entretanto,
éramos interceptados quando íamos finalizar. Nas poucas vezes em que
conseguimos atingir a meta dos visitantes, levamos muito perigo ao gol de
Schmeichel. Alexis – que não fez uma boa partida – acertou o travessão do
dinamarquês. Pouco antes, Coquelin e Walcott já haviam tentado, mas pararam nas
boas defesas do goleiro do Leicester. Apesar do zero a zero no placar nos
primeiros quarenta e cinco minutos, a postura da equipe foi um ponto a se
comemorar – mais uma vez. Com o novo esquema, nossos defensores parecem ter
mais segurança neles mesmos e, no meio-campo, principalmente Xhaka, têm tido
grande liberdade para criar jogadas, sem ter a preocupação de recompor
rapidamente quando o time perde a bola, já que há três zagueiros prontamente
posicionados para retoma-lá. O suíço tem jogado com maior liberdade, acionando
os alas e buscando sempre a infiltração de Alexis e Özil, com enorme precisão
nos passes – algo recorrente nas características de Xhaka. Até pressionar na
saída de bola adversária, nosso camisa 29 têm feito. Outro que vive uma ótima
fase é Gabriel, no domingo fez sua melhor partida com a camisa do Arsenal e,
hoje, foi novamente muito sólido.
Três dos maiores responsáveis pelo equilíbrio encontrado no time (Foto: Arsenal). |
Na segunda etapa, continuamos trocando passes na intenção de servir
nossos atacantes, contudo, sem grande êxito. O mais importante era que
tivéssemos paciência, para rodar a bola e aproveitar qualquer chance que
viéssemos a ter. Foi o que fizemos... Aos 41 minutos da etapa complementar,
Nacho Monreal apareceu no ataque novamente, desta vez, o gol não foi dele, mas
por um mero detalhe: O desvio de Huth. O zagueiro alemão tentou afastar a bola
após chute cruzado do lateral/atacante espanhol, como o próprio brincou após o
jogo em sua conta do Instagram. Um gol merecido pela batalha que os Gunners
travaram na partida, pois mantiveram a calma e jogaram com maturidade, mesmo
sem muito brilho.
Vitória fundamental para as atuais pretensões do clube na competição, que
mudaram por conta de todo o caos vivido nos últimos meses. Ainda assim, é
possível acreditar em uma vaga para a Uefa Champions League da próxima
temporada, por mais improvável que seja a esta altura do campeonato. Para
tanto, precisamos manter esta boa fase, buscando vencer sempre o “próximo
jogo”. E por falar nele, teremos no próximo domingo, um dos jogos mais
esperados da temporada: Iremos a White Hart Lane enfrentar o Tottenham. Um dos
clássicos mais difíceis que teremos, pela inversão de papéis na atual
competição, mas é derby, e todos nós sabemos que favoritismo não ganha jogo. Em
campo, somos capazes de igualar forças e temos totais condições de vencê-los.
Se isso irá acontecer, só saberemos domingo, mas, este clássico vem em boa
hora, com um Arsenal fortalecido pelos últimos jogos, com um ótimo astral e com
sua confiança restabelecida.
Por: Thalles Monari
// Twitter: @_thallesmonari
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