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Derrotado por si mesmo: Arsenal segue sem vencer fora de casa

Por: Thalles Monari - Twitter: thallesmonari

O Arsenal voltou a campo pela Premier League neste sábado, após duas semanas de pausa, por conta dos compromissos das seleções nacionais pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. O desafio foi contra o Watford, em território dos Hornets. Manter a boa sequência na liga com uma vitória era fundamental para as pretensões da equipe, que buscava às primeiras posições, já que com o tropeço do Chelsea, se vencesse, o Arsenal poderia entrar no top four já nesta rodada.

O bom início de temporada do time comandado por Marco Silva era algo que preocupava, no entanto, tudo indicava que os Gunners conseguiriam fazer desta, uma boa jornada. Sem Alexis Sanchez e com Özil voltando de lesão apenas no banco de reservas, a grande referência ofensiva, mais uma vez, foi Lacazette, mas, desta vez, assim como nas outras partidas longe do Emirates, o francês pouco fez – assim como o restante do time. Mesmo não fazendo uma grande partida, ainda assim o Arsenal saiu na frente, aos 39 minutos. Per Mertesacker testou firme para o gol após escanteio cobrado por Xhaka. Gol de quem não fazia um jogo de Premier League como titular há 532 dias. Vale lembrar que Mertesacker jogou na vaga de Mustafi, que sofreu uma lesão muscular a serviços da seleção alemã e deve ficar fora por cerca de 4-6 semanas.

A partida no segundo tempo seguiu sem grandes emoções, e o que se via no Vicarage Road, era o Arsenal controlando as ações. A vitória era tão garantida, mesmo sem uma grande apresentação que desse segurança ao torcedor, que eu que vos escrevo, assistia ao jogo em completa tranquilidade, conversando com outros Gooners e relembrando as saudosas histórias dos anos noventa do Arsenal em um Pub de São Paulo. No famoso clima do: "já ganhou". Mas isso até os 60 minutos, quando Danny Welbeck que voltava de lesão, sentiu novamente um desconforto muscular e teve que deixar o campo. No lugar dele, Mesut Özil que também retornava de lesão entrou no jogo. E foi aí que tudo mudou. Minutos após a entrada do alemão, ele em sua primeira bola serviu Alex Iwobi que invadiu a área, finalizou, mas Gomes conseguiu desviar evitando o segundo gol do Arsenal. E logo em seguida, Özil, desta vez recebendo passe de Iwobi, saiu cara a cara com o goleiro brasileiro e perdeu a chance de dar a vitória ao Arsenal, chutando fraco e possibilitando a defesa do goleiro do Watford. Nem sequer tivemos a chance de lamentar o gol perdido, pois no lance seguinte, Richarlison invadiu a área e mergulhou no gramado. Sim, foi um dive claríssimo. Bellerin que disputava o lance, nem chegou a encostar no atacante brasileiro. O azar é que o juiz marcou o pênalti, e na cobrança, Troy Deeney deslocou Petr Cech para empatar o jogo.

O cenário tranquilo e calmo, transformou-se em um verdadeiro caos, pois não parou no gol de empate dos donos da casa. No banco de reservas, tínhamos Jack Wilshere e Theo Walcott como opções ofensivas. Wenger optou por Wilshere, e no momento em que dava instruções ao camisa 10, Laurent Koscielny teve de ser substituído por também sentir um desconforto muscular. No entanto, perdendo o jogo e precisando da vitória, era de se esperar que Arsène mantivesse a escolha e mandasse a campo um jogador de frente, mesmo no lugar de um zagueiro... a placa subiu apontando o número dezesseis de Rob Holding, e com ela, a covarde decisão que faz com que o Arsenal passe mais uma rodada sem saber o que é vencer fora de casa. O convite foi feito, e o Watford não pensou duas vezes em aceita-lo, tomou as rédeas da partida e atacou o Arsenal até conseguir o gol da vitória. Aos 92 minutos, em um bate-rebate dentro da área, a bola sobrou para Tom Cleverley, que com o gol aberto, deu a vitória para os donos da casa..
Quer sirva de lição: Nunca deixe de matar um jogo, ou ele te mata. (Foto: Mirror).
Após a partida, Arsène Wenger reclamou bastante da arbitragem e da decisão escandalosa no pênalti marcado para o Watford. E realmente, ele está em seu pleno direito de contestar tal decisão, que foi prejudicial para o time e isso não há o que ser discutido. Mas, se o aborrecimento fosse apenas com um erro de arbitragem, teríamos o menor dos problemas. Acontece que o erro só foi prejudicial no resultado pela postura do Arsenal no jogo, de não fazer por onde para vencer a partida e, quando teve a chance para tal, mesmo sem a merecer, a desperdiçou com estúpidos sinais de displicência.
   

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