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Vladimir não dá e Marinho irresponsável: o vexatório passeio da Ponte na Vila

Foto: Ivan Storti/Santos FC

O Santos está eliminado do Campeonato Paulista. Na noite desta quinta-feira (30), o alvinegro praiano foi derrotado pela Ponte Preta por 3 a 1, na Vila Belmiro, e encerrou sua participação no estadual da forma mais vergonhosa possível. Marinho marcou para o Peixe, enquanto Bruno Rodrigues, Moisés e João Paulo comandaram a vitória que classificou a Macaca às semifinais.

A eliminação não surpreende o torcedor santista. Entretanto, a forma como ela veio deixa todo alvinegro assustado. A partida expôs as várias deficiências técnicas da equipe comandada por Jesualdo Ferreira, que teve participação significativa neste papelão. Além disso, o Santos segue sem vitórias desde o retorno do futebol, após o fim da quarentena.

Agora, o Peixe só volta a campo apenas no próximo dia 9, contra o Red Bull Bragantino, na abertura do Campeonato Brasileiro. Nos resta torcer para que até lá as deficiências técnicas da equipe sejam trabalhadas, e também para que o jovem João Paulo receba uma oportunidade. Não há mais como justificar a titularidade de Vladimir.

Do céu ao inferno

As equipes utilizaram os minutos iniciais para se conhecerem melhor. A primeira trama ofensiva foi suficiente para a Ponte Preta descobrir como estava fácil chegar à meta santista. Após cobrança de escanteio, Bruno Rodrigues cabeceou, encobriu Vladimir, que estava mal posicionado, mais uma vez, e acertou o travessão. Essa chance pareceu um aviso para o que estava por vir.

Positivamente, o susto serviu para despertar a equipe do Santos, pois a rede balançou pouco tempo depois. Em jogada individual, Soteldo conseguiu espaço pelo lado esquerdo e cruzou para Marinho, artilheiro do Peixe na temporada e totalmente livre na pequena área, que só completou de cabeça, abrindo o placar para o alvinegro praiano.

Foto: Ivan Storti/Santos FC

A partida esfriou após o gol. Bem posicionado, o Santos tentou administrar a posse de bola, enquanto a Ponte Preta abriu a caixa de ferramentas para bater nos jogadores santistas, e a péssima atuação do árbitro fez com que a estratégia da Macaca fosse bem sucedida. Para completar, além do jogo aéreo, a saída de bola do Peixe foi outro desastre. Como Alison não tem qualidade no passe, a válvula de escape era a ligação direta para Soteldo ou Marinho. Depois, toda equipe cruzava os dedos para um dos dois acertar uma jogada individual.

Terapia em falta?

Outro problema escancarado da equipe santista é o emocional. Caçado pelos jogadores da Ponte, Marinho, de forma irresponsável, resolveu revidar e acabou recebendo cartão vermelho por ter cometido duas faltas infantis, provocando a quarta expulsão em quatro partidas consecutivas do Santos pelo Campeonato Paulista. Essa estatística é inadmissível, vergonhosa. A péssima atuação do árbitro não cobre isso.

Aliás, há quatro jogos que as partidas do Santos seguem o seguinte roteiro: o Peixe abre o placar, tem um jogador expulso e na sequência sofre o empate ou a virada. Na súmula do jogo desta noite, o árbitro Salim Fende Chavez relatou ofensas e xingamentos proferidas pelo autor do gol do alvinegro praiano, que corre o risco de sofrer uma punição. 

Ninguém está revoltado ao ponto de questionar o talento do Marinho. Através das redes sociais, o atacante pediu perdão aos torcedores do Santos num longo texto publicado após a partida. Entretanto, trata-se de um jogador experiente, ciente que comprometeu a equipe. A expulsão resulta num fato atípico: colocar o artilheiro do Peixe na temporada junto com Uribe na mesma frase, pois ambos compartilham de uma característica chamada irresponsabilidade.

Desastre completo

O castigo não demorou para vir. No início do segundo tempo, a Ponte Preta chegou ao empate. Adivinha como? No jogo aéreo! Como toda bola na área é um pesadelo para a defesa do Santos, Bruno Rodrigues aproveitou e deixou tudo igual, contando com uma grande colaboração de Vladimir, que conseguiu tomar o gol entre as pernas.

Como só a Ponte jogou no segundo tempo, a virada veio logo em seguida. Bruno Rodrigues avançou pela esquerda, bateu forte, e Vladimir espalmou para frente. Metaforicamente, o goleiro só disse: "Faz, Moisés!". O atacante atendeu ao pedido e só empurrou para as redes. 

Foto: Luiz Guilherme Martins/PontePress

Vladimir tem o respeito do torcedor santista. Sabemos que o goleiro ama verdadeiramente o clube, mas a verdade é que não tem como ele ser o goleiro titular do Santos. É claro que ele não compromete o desempenho da equipe, mas teve mais uma péssima atuação que culminou numa parcela significativa de culpa nessa vergonhosa derrota. 

Jesualdo Ferreira deixou sua marca no vexame através das substituições. Afinal, se seu time está no sufoco e você acha a solução em Arthur Gomes, é sinal que você tem um problema de concepção, não é possível. Aliás, alguém tem que avisar ao português que a FIFA liberou CINCO (5) alterações por partida devido aos efeitos da pandemia. Seguir fazendo três é burrice.

Quando a vaca já tinha ido para o brejo, a Ponte Preta, que escapou do rebaixamento no sufoco e tinha o pior ataque do Campeonato Paulista até enfrentar o Santos, marcou o terceiro. João Paulo acertou um belo chute e deu o tiro de misericórdia na equipe da Vila Belmiro. Vexame completo! Simplesmente vergonhoso.

Ficha técnica
Santos 1 x 3 Ponte Preta

Santos: Vladimir; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison (Jobson), Diego Pituca (Jean Mota) e Carlos Sánchez; Marinho, Soteldo e Kaio Jorge (Arthur Gomes). Técnico: Jesualdo Ferreira.

Ponte Preta: Ivan; Apodi, Henrique Trevisan, Wellington Carvalho e Guilherme Lazaroni; Dawhan, Jeferson (Moisés), Vinícius Zanocelo (Bruno Reis) e João Paulo (Danrley); Bruno Rodrigues e Safira (Roger). Técnico: João Brigatti.

Twitter: @ralfsfc

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