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Sempre acredite no Bahia.

Créditos: Felipe Oliveira

Para o torcedor tricolor, a quem escrevo esse texto, a frase do título já se tornou um clichê, e vinha sendo um clichê difícil de engolir nos últimos tempos.

O Bahia, do eterno gol de Raudinei, de uma quantidade absurda de gols após os 40 do segundo tempo, de uma virada histórica sobre o Santa Cruz em 1981, revertendo um placar adverso de 4-0 na primeira partida, para um histórico 5-0 na Fonte Nova, acumulou muitas frustrações no primeiro triênio da gestão de Guilherme Bellintani e Vitor Ferraz. 

A dolorosa derrota para o Sampaio Correa em uma Fonte Nova lotada, na final da copa do Nordeste em 2018, a precoce eliminação na primeira fase, jogando contra o próprio Sampaio Correa já eliminado da competição em 2019, e o segundo vice-campeonato contra o Ceará, em pleno estádio de Pituaçu, nos dois jogos em 2020, além de campanhas no Campeonato Brasileiro em que a torcida sentia que o time podia mais nos deixaram com um pé atrás nessa de acreditar (embora o outro sempre estivesse a frente).

A temporada de 2021 começou dias depois do fim da temporada 2020, e o tricolor precisando reformular o elenco, trocando pneu com o carro em movimento, e com um técnico que parte da torcida desconfiava muito, embora este que vos escreve nunca tenha sentido a necessidade de troca na comissão, começou com com alternância de bons e péssimos resultados. Com o time principal, algumas goleadas vieram seguidas de resultados péssimos, com a culminância em uma derrota para o fraco Vitória da Bahia, no clássico.

Sob toda pressão e desconfiança, o trabalho de Dado demonstrava qualidade, e reforços acrescentaram e supriram lacunas cruciais no time que tanto decepcionou o torcedor em 2020. O time se estabilizou, e mais uma vez chegou a final da Copa do Nordeste, além de avançar com segurança na copa do Brasil, e estar vivo na Sulamericana. 

Achou por bem o destino colocar novamente Bahia e Ceará na final do Nordestão. Os dois trabalhos mais consistentes, e os maiores investimentos da região colocaram frente a frente times organizados, competitivos, com uma rivalidade crescente, e que brigam pela dominância na região. O Ceará têm ampla vantagem nos confrontos diretos nos últimos dois anos, e com um trabalho longevo de Guto Ferreira, entrou com um leve favoritismo para o confronto.

O gol de Jael no finalzinho do primeiro jogo em Salvador, de falta, e com um desvio na barreira, logo após o Bahia ter criado a melhor chance do jogo, e ter parado na trave, teve indicíos de crueldade para com o clube e com a torcida, que via o filme se repetir, e a sensação de torcer para o clube mais azarado do Brasil no momento.

Havia um jogo de volta, no Castelão, e o Bahia sabia disso. Sempre acredite no Bahia, eu acreditei.

Diferente dos últimos anos, esse elenco não se entregou, e basta ver os bastidores para confirmar isso. Jogando de forma organizada, com vontade, intensidade e muito coração, Rodriguinho abre o placar, Gilberto amplia, e o sonho está próximo. Jael, o cruel, nos maltrata novamente, e vamos para os pênaltis.

Estava escrito nas estrelas. Matheus Teixeira é predestinado, Rodriguinho é craque, e German Conti é um dos melhores zagueiros em solo brasileiro hoje.

O nordeste é vermelho, azul e branco pela quarta vez. Convenhamos, nunca deixou de ser, e não se trata de títulos, não se trata de escrever em site oficial, se trata de ser, e o Bahia é o Maior do Nordeste.

Créditos: Lucas Figueiredo

Até a próxima, saudações tricolores.

Matheus Freitas.


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4 Comentários

  1. Esse texto define o sentimento tricolor! Altos e baixos, mas nós continuamos acreditando, continuamos sendo o maior do Nordeste!

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  2. Excelente texto! Sintetiza muito bem o sentimento de ser tricolor de aço. BBMP!

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